A chinesa Xiaomi conseguiu ficar fora da “lista negra comercial” do governo dos Estados Unidos após a administração do presidente Joe Biden concordar em reverter a ordem executiva do ex-presidente Donald Trump, que efetivamente impedia algumas empresas da China de conduzirem negócios com companhias americanas.
Na prática, isso significa que a Xiaomi evita uma situação parecida com a sua concorrente direta Huawei, que se viu banida de fazer negócios nos EUA, gerando consequências graves como, por exemplo, o impedimento de fabricar smartphones que embarcam os serviços do Google. A Huawei, vale citar, ainda continua “banida”.
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A situação, embora favorável, ainda não é final: o Departamento de Defesa dos EUA (DoD) concordou em remover a classificação da Xiaomi como “empresa militar comunista chinesa”, chamando a atitude de “apropriada”.
Agora, ambos os lados podem perseguir uma solução mais amigável – e fora dos tribunais. A Xiaomi, no começo deste ano, conseguiu uma liminar que impedia que a ordem executiva de Trump tomasse efeito sobre ela, com um juiz americano chamando a ordem anterior de “arbitrária”.
O que falta agora é a Xiaomi e o governo dos EUA preencherem uma nova documentação com novos termos negociados para atuação em solo americano – o que deve acontecer, obrigatoriamente, antes do dia 20 de maio.
Vale lembrar, porém, que a pressão sobre a China deve continuar: ainda que a Xiaomi tenha escapado da “lista negra comercial”, outras empresas não podem dizer o mesmo.
Além da já mencionada Huawei, a ZTE também se encontra fora do setor americano. E a administração de Joe Biden, na verdade, ampliou a duração de uma ordem executiva de 2019, que impede que empresas americanas comprem equipamentos de telecomunicações de companhias chinesas.
Em termos práticos: Huawei, ZTE e outras empresas vendem componentes do tipo, que são extremamente importantes para, por exemplo, o desenvolvimento e aprimoramento das redes 5G, entre outras coisas. Com a ordem de 2019, nenhum desses produtos sequer entra em solo americano.
Tais empresas ainda são vistas pelo governo americano como “riscos de segurança nacional” – uma acusação que as empresas em si negam.
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