Aquecimento global Ártico. Foto: Alfred-Wegener-Institut / Markus Rex
Após anos e anos de emissões de gases que intensificam o efeito estufa, o aquecimento global pode já ser uma realidade irreversível para a humanidade. O alerta veio nesta terça-feira (15) e foi feito pelo Dr. Markus Rex, cientista que liderou a MOSAiC, maior expedição ao Ártico até o momento.
“O desaparecimento do gelo marinho durante o verão no Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado, um dos pontos de inflexão que iniciamos quando levamos o aquecimento longe demais. E pode-se perguntar se ainda não pisamos nesta mina e já ativamos o início da explosão”, disse Rex.
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Após passarem 389 dias no Polo Norte, os 300 cientistas de 20 países comandados por Rex retornaram à Alemanha em outubro de 2020. Os pesquisadores trouxeram consigo provas sobre a morte do Oceano Ártico e alertas sobre os efeitos do aquecimento global na região, que pode ter um verão sem gelo em questão de apenas algumas décadas.
Após mais de um ano no Polo Norte, os cientistas descobriram que o gelo do Oceano Ártico recuou mais rapidamente na primavera de 2020 do que em qualquer outro período até então. Além disso, o gelo possuía apenas metade da espessura e a temperatura estava 10ºC mais alta do que registraram os exploradores e pesquisadores Fridtjof Nansen e Hjalmar Johansen na década de 1890.
Devido ao aquecimento global, a superfície coberta de gelo durante o verão diminuiu – assim, o oceano absorveu mais calor durante a estação. Isso teve um grande impacto para que na estação seguinte, do outono, a formação do gelo fosse mais lenta.
“Somente a avaliação nos próximos anos nos permitirá determinar se ainda podemos salvar o gelo marinho do Ártico por meio de uma proteção climática vigorosa ou se já ultrapassamos este importante ponto de não retorno no sistema climático”, acrescentou.
A expedição de € 140 milhões (equivalente a aproximadamente R$ 856 milhões) retornou também com 150 terabytes de dados coletados, incluindo leituras da atmosfera, do oceano, do gelo marinho e de ecossistemas, assim como mais de mil amostras de gelo coletados durante o período no Polo Norte.
As informações coletadas ajudarão na previsão e melhor entendimento de ondas de calor, chuvas fortes ou tempestades que podem ocorrer em até 100 anos.
Via: The Straits Time e CNA
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Esta post foi modificado pela última vez em 15 de junho de 2021 19:09