Pintura do período barroco é restaurada por inteligência artificial

“A Ronda Noturna”, do pintor holandês Rembrandt, havia sido cortada para caber em uma parede pequena, mas software recriou suas margens
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 29/06/2021 11h12, atualizada em 30/06/2021 12h22
A Ronda Noturna, obra do pintor holandês Rembrandt
Imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público
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A pintura “A Ronda Noturna” (Night Watch), obra do artista barroco holandês Rembrandt, foi restaurada por meio de inteligência artificial (IA), segundo informações divulgadas pelo Rijksmuseum, em Amsterdã, e pela Associated Press.

A obra, que foi concluída em 1642, teve suas margens cortadas em 1712 para caber em uma parede pequena, e assim permaneceu por séculos, até que pesquisadores do projeto “Operation Night Watch”, em alusão ao nome do quadro em inglês, conduziram o processo de restauração. O resultado pode ser conferido na imagem abaixo.

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Imagem mostra a pintura do estilo barroco "A Ronda Noturna", restaurada e ampliada por inteligência artificial
Versão restaurada de “A Ronda Noturna” traz novos detalhes à pintura de Rembrandt. Imagem: Rijksmuseum/Divulgação

Quando originalmente concluída, “A Ronda Noturna” ficou exposta – em sua versão completa – na casa da milícia que retrata em suas cores. Entretanto, 70 anos depois, ela foi movida para um novo local, onde as paredes não comportavam seu tamanho. Assim, tiras laterais, bem como partes do topo e do pé, foram cortadas, eliminando diversos detalhes da pintura.

O maior obstáculo do projeto residia no fato de que as tiras arrancadas se perderam com o tempo. Por sorte, uma versão miniaturizada da pintura original existia.

Uma vez de posse dela, os pesquisadores do museu dedicaram dois anos ao treinamento de um modelo de IA, para que, por um processo de machine learning, ele se tornasse capaz de imitar o estilo do pintor falecido em 1669.

O resultado foi, então exposto no museu holandês para ser admirado pelos visitantes, mas uma versão digitalizada em alta resolução foi disponibilizada na página oficial do projeto, detalhando exatamente quais foram os ganhos do trabalho.

“Rembrandt teria feito isso com mais beleza, mas isso chega bem perto”, disse o diretor do Rijksmuseum, Taco Dibbits.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital