Paul Sutter, astrofísico da SUNY Stony Brook e do Flatiron Institute, opinou sobre a possibilidade de terraformar Marte. Ou seja, modificar a atmosfera, temperatura, topografia e ecologia do planeta vermelho para deixá-lo em condições adequadas para suportar um ecossistema com seres vivos da Terra.

Segundo ele, com as temperaturas frias, distância do Sol e poeira geral, mudar Marte para ser mais parecido com a Terra é mais desafiador do que parece, e já parece muito difícil.

Autor do livro “How to Die in Space” ou Como Morrer no Espaço, Paul é taxativo ao dizer que Marte está vermelho e morto. Ele afirma que há bilhões de anos, Marte tinha uma atmosfera densa e rica em carbono, lagos e oceanos de água líquida e provavelmente até nuvens brancas fofas. E isso foi em uma época em que nosso sol era menor e mais fraco, mas ocasionalmente muito mais violento do que é hoje. Em outras palavras, nosso sistema solar é um lugar muito mais favorável para a vida agora do que era há 3 bilhões de anos, e ainda assim Marte está vermelho e morto.

O astrofísico lembra que os humanos, através de séculos de emissões de carbono, aumentaram a temperatura da superfície da Terra por meio de um simples mecanismo de efeito estufa.

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Mas se funciona na Terra, talvez possa funcionar em Marte? Para Sutter, não podemos acessar a atmosfera marciana porque ela está completamente perdida no espaço, mas Marte tem enormes depósitos de gelo de água e dióxido de carbono congelado em suas calotas polares, e alguns mais entrelaçados logo abaixo da superfície em todo o planeta. Se pudéssemos de alguma forma aquecer as calotas, isso poderia liberar carbono suficiente na atmosfera para dar início a uma tendência de aquecimento do efeito estufa.

Tudo o que precisamos fazer é relaxar, observar e esperar alguns séculos para que a física faça seu trabalho e transforme Marte em um lugar muito menos desagradável.

Sutter ainda diz que soluções criativas são abundantes: Talvez pudéssemos construir um eletroímã gigante no espaço para desviar o vento solar. Talvez pudéssemos cercar Marte com um supercondutor, dando a ele uma magnetosfera artificial. Naturalmente, não temos a sofisticação para realizar qualquer uma dessas soluções.

E para finalizar, uma pergunta: Poderíamos um dia, possivelmente, terraformar Marte e torná-lo mais hospitaleiro? Ele mesmo responde: Claro, é possível – não há nenhuma lei fundamental da física atrapalhando. Mas não prenda a respiração.

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