Um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine apontou que a vacina da Pfizer oferece até 88% de proteção contra a variante Delta da Covid-19, no entanto, são necessárias duas doses para alcançar a porcentagem de eficácia. Imunizantes da AstraZeneca também foram testados e apresentaram 67% de eficácia, também após duas doses.
A equipe comparou o potencial das vacinas contra pacientes infectados com a cepa Delta e a Alfa, do Reino Unido. Apenas uma dose da vacina Pfizer ofereceu 31% de proteção contra a Delta e 49% contra a Alfa. De acordo com o artigo, “os resultados foram semelhantes para ambas as vacinas [Pfizer e AstraZeneca]”.
“Os dados mostram que as vacinas de mRNA são a solução para a variante Delta”, disse o Dr. Amesh Adalja, acadêmico sênior da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos EUA. “Também é aparente que a segunda dose dessas vacinas é necessária para aumentar a imunidade da primeira dose, para uma pessoa ser resiliente à variante.”
De acordo com o codiretor da Mayo Clinic Vaccine Research Group, Richard Kennedy, a variante Delta desenvolveu sete mutações diferentes da proteína do coronavírus. “Algumas dessas mutações ajudam o vírus a infectar as células, produzir mais vírus nas células já infectadas ou se espalhar de pessoa para pessoa com mais facilidade.”

Ainda de acordo com o especialista, duas doses de vacina criam muito mais anticorpos do que apenas uma, mas elas só conseguirão se manter eficazes se puderem resistir a essas tentativas do vírus de evoluir e se replicar em torno das defesas do sistema imunológico. No caso da vacina da Pfizer, duas doses foram capazes de conter as mutações da Delta.
“A eficácia da vacina contra a hospitalização para a variante Delta é uniformemente alta para a vacina Pfizer”, também afirmou a Dra. Kathleen Neuzil, diretora do Centro para Desenvolvimento de Vacinas e Saúde Global da Escola de Medicina da Universidade de Maryland.
“Essas vacinas de mRNA estão realmente excedendo todas as nossas expectativas. É uma notícia excelente que a eficácia é tão alta, apesar dessas variantes. Isso apoia absolutamente que nossa ênfase precisa ser vacinar os não vacinados”, acrescentou Neuzil.
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As vacinas de duas doses trabalham em conjunto de forma que uma complementa a outra. De acordo com o Medical Xpress, a primeira dose serve para tornar o sistema imunológico ciente de um vírus ou bactéria prejudicial, e a segunda dose fortalece o sistema imunológico, levando o corpo a produzir muito mais células de proteção.
“A primeira vez que nosso corpo vê um antígeno, é realmente muito específico. Mas, na segunda vez, as células T e B são um pouco aumentadas, o que permite ter essa maior amplitude, que é tão útil e evidente quando vemos essas variantes”, explicou a médica.
Para àqueles que esqueceram ou não tomaram a segunda dose da vacina de mRNA (como Pfizer e Moderna) Neuzil faz um alerta.
“As pessoas não devem se preocupar se houve um atraso ou faltaram à consulta para a segunda dose. Com certeza ainda funcionará. Eles ainda receberão uma resposta imunológica robusta e não precisam ser reiniciados [começar o esquema vacinal novamente]”, finalizou a especialista.
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