Uma pesquisa divulgada pela Ipsos/TecBan na última semana traçou o perfil do brasileiro em relação aos serviços de Open Banking. Em sua terceira edição, o levantamento analisa hábitos, percepções e sentimentos sobre a tendência que está em implementação no país.
Quando questionados sobre o impacto que esperam do Open Banking no sistema financeiro, os entrevistados, em sua maioria, afirmaram que desejam benefícios claros para consumidores e a segurança de seus dados.

Sobre o que esperam dos apps financeiros no futuro, 57% responderam proteção contra fraudes, incluindo como prioridade algum recurso para atendimento automático caso algo suspeito seja detectado. Na edição anterior da pesquisa, em 2019, o índice registrado foi de 52%.
Metade dos entrevistados espera que mais aplicativos permitam o pagamento de contas, versus 43% que afirmou o mesmo em 2019.
Quase metade (48%) dos entrevistados gostariam que mais apps possibilitem o pagamento de serviços como entrega de comida ou transporte público, o que indica uma alta em relação à pesquisa anterior. Na ocasião, foram 36% dos entrevistados que levantaram essa mesma questão.
Ofertas de descontos com base em hábitos de compras (47%) e ferramentas para gestão de finanças pessoais (43%) também estão entre as expectativas mais citadas.
Como a pesquisa mede o interesse no Open Banking
Para mensurar o interesse no Open Banking, o estudo apresentou quatro possíveis casos de uso da tendência ao participantes: ferramenta inteligente para comparação de produtos financeiros; aplicativo financeiro tudo-em-um; aceleração no processo de solicitação de crédito; e pagamentos instantâneos a partir da conta bancária, sem intermédio de cartão de crédito ou débito.
Entre os entrevistados, 66% consideram os quatro potenciais serviços apresentados como “relevantes” para consumidores. Isso representa um aumento considerável quando comparado aos 58% registrados na pesquisa de 2019.
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O percentual de pessoas que acreditam que tais serviços são “críveis”, ou seja, que são de fato “possíveis”, agora foi de 61%, o que indica ligeiro aumento em relação às respostas de 2019, quando apenas 56% dos consumidores achavam o mesmo.
Em relação à intenção de se inscrever nos serviços apresentados, 54% dos participantes disseram que estariam motivados – valor este exatamente igual ao da pesquisa anterior.
As soluções de “pagamento instantâneo a partir da conta” e o “aplicativo financeiro tudo-em-um” foram os dois serviços considerados “mais atraentes” ou “muito atraentes” pelos respondentes.
Brasileiros buscam agilidade e comodidade nos serviços bancários
Para a Ipsos, o resultado mostra a busca por agilidade e comodidade de consumidores.
Priscilla Branco, gerente de pesquisas da empresa, acredita que o estudo indica que brasileiros estão interessados em conhecer e utilizar novos formatos, desde que eles se mostrem como benefícios para o cotidiano financeiro.
“Quando mostramos que existem novos serviços que podem aumentar ainda mais o leque de escolha e facilitar o dia a dia, as pessoas entendem que aquilo é relevante e que pode trazer benefícios”, afirma.
Quando perguntados sobre sua disposição em compartilhar informações financeiras pessoais com provedores terceiros para obter diferentes serviços, 40% disseram que teriam “prazer” em fazê-lo. Na pesquisa de 2019, eram 44%, o que representa uma queda, mas é considerado estável.
A preocupação com o compartilhamento de dados financeiros, no entanto, sofreu uma queda mais forte. No total, 46% afirmam que estão preocupados com como seus dados compartilhados seriam utilizados por instituições. Antes, o índice era de 60%.
“O que a pesquisa mostra muito claramente é que as pessoas têm um sentimento de muita cautela em relação à segurança dos dados”, acredita Hélio Gastaldi, diretor de public affairs da Ipsos. “Isso, ao mesmo tempo, leva as pessoas a utilizarem recurso ou serviço que tragam mais segurança. Vemos as pessoas mais propensas a aceitarem um serviço de uma instituição que ela já conhece, como bancos”.
Pesquisa também detalha como os brasileiros interagem com serviços financeiros
Além dos dados sobre Open Banking, o levantamento trouxe ainda informações sobre como é a interação de consumidores com serviços e produtos financeiros no cotidiano.

Do total de entrevistados, 41% disseram que têm apenas conta corrente, enquanto 25% apenas conta poupança, e 34%, ambas.
Quase 80% dos consumidores afirmaram que fazem uso de aplicativo bancário em smartphone ou tablet para lidar com finanças pessoais. Já os sites de bancos são o segundo meio mais utilizado, empregado por 48% dos respondentes.
De acordo com a Ipsos, um número elevado de pessoas (45%) afirmou utilizar caixas eletrônicos para ações financeiras. Isso atesta a importância desses pontos de transação mesmo com o avanço de soluções digitais, principalmente na faixa entre 45 e 59 anos. Nesse grupo, 55% dizem utilizá-los.
Enquanto 44% dos consumidores dizem utilizar aplicativos de banco diariamente, 73% afirmam visitar caixas eletrônicos apenas uma vez a cada 15 dias ou menos.
A pesquisa Open Banking Brasil foi realizada entre os dias 4 e 10 de junho de 2021. Foram realizadas mil entrevistas online com homens e mulheres conectados e bancarizados, entre 18 e 59 anos, pertencentes às classes A, B e C.
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