Risco de surto por bactéria mortal alerta autoridades de saúde dos EUA

Por Isabela Silveira, editado por Lyncon Pradella 10/08/2021 12h07
Ilustração de bactéria em 3D
Ilustração de bactéria em 3D. Imagem: Design_Cells / Shutterstock
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Na última segunda-feira (9), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, afirmou que está investigando um quarto caso de melioidose no país. A pessoa não identificada morreu na Geórgia, no mês passado, e se junta a outros três casos de infecção provocada pela bactéria potencialmente mortal e resistente a antibióticos, relatados no Kansas, Minnesota e Texas. Embora essa seja uma doença tropical – tipicamente encontrada no sul da Ásia – os familiares dos pacientes afirmam não ter viajado recentemente, o que tem preocupado os especialistas.

O primeiro recente registro de melioidose nos Estados Unidos ocorreu em março de 2021. O paciente não resistiu e morreu em decorrência da infecção, que afeta principalmente os pulmões. Outras duas pessoas contraíram a doença em maio, sendo que um recebeu alta médica e outro permanece hospitalizado. Agora, o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) investiga o quarto caso da perigosa infecção bacteriana, que fez mais uma vítima no sul do país.

A bactéria que provoca a melioidose é resistente a maioria dos antibióticos, o que dificulta o tratamento da doença. Especialistas afirmam, porém, que se a infecção for descoberta no início, ela pode ser tratada. Crédito: Panchenko Vladimir/Shutterstock

De acordo com a Medical Xpress, a melioidose é causada pela Burkholderia pseudomallei, uma superbactéria que se reproduz no solo e na água. Desse modo, o contágio acontece exclusivamente através do contato da pessoa com o ambiente infectado, já que a doença não é transmitida de pessoa para pessoa por via aérea ou por gotículas respiratórias em ambientes não laboratoriais.

Cidadãos norte-americanos que contraíram melioidose no passado, normalmente se infectaram em um país tropical, uma vez que o clima quente e úmido é propício para a reprodução da bactéria. No entanto, nenhum dos recentes casos da Geórgia, Kansas, Minnesota ou Texas viajaram internacionalmente, confundindo as autoridades de saúde.

Além disso, embora as infecções tenham sido encontradas em estados diferentes e em momentos também distintos, o CDC afirmou que as análises de laboratório mostraram que os casos estão intimamente relacionadas. A suspeita da agência é de que o foco da doença possa estar no meio ambiente da região sul dos Estados Unidos.

O grande problema, relatado pelas autoridades, é que ainda não existe uma vacina para essa bactéria e ela é naturalmente resistente a muitos antibióticos comumente usados, como penicilina, ampicilina, cefalosporinas, gentamicina, tobramicina e estreptomicina. Os especialistas afirmam, contudo, que apesar da letalidade, a infecção pode ser tratada se detectada precocemente. Por isso a urgência na conclusão das investigações.

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Redator(a)

Isabela Silveira é redator(a) no Olhar Digital

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.