Imagem: BeeBright/Shutterstock
Lindy Cameron, a presidente executiva do National Cyber Security Centre (Centro Nacional de Ciber Segurança, ou NCSC), fez uma acusação grave: segundo ela, a praga de ransomware tem uma origem clara: a Rússia e imediações.
“Nós — junto a NCA (National Crime Agency, “Agência Nacional de Crimes”) — descobrimos que os cibercriminosos localizados na Rússia e em países vizinhos são responsáveis pela maioria dos ataques devastadores de ransomware contra alvos do Reino Unido,” afirma.
A representante do órgão de cibersegurança do país também disse que os crimes virtuais de sequestro de dados são “o problema mais imediato” do país.
A declaração ocorreu durante um evento do Chatham House thinktank e é a primeira vez que um chefe de inteligência britânico acusa abertamente os russos de abrigar e proteger cibercriminosos, segundo o The Guardian.
Em maio deste ano, o ex-secretário de relações exteriores, Dominic Raab, foi mais sutil nas acusações. O político declarou que estados como a Rússia não poderiam “abanar as mãos” e dizer que operações cibercriminosas ocorrendo nestes territórios não eram de responsabilidade deles.
A pressão não vem apenas do Reino Unido. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, levantou duas vezes a questão no último trimestre para Vladimir Putin, dando a entender que, se nada fosse feito para impedir os ataques ransomware, o governo “seria obrigado” a atacar servidores pertencentes às gangues da Rússia.
Cameron e alguns especialistas estimam que a Rússia, bem como outros países da União Soviética, optaram por ignorar as gangues de cibercriminosos — um cenário que explicaria a origem de tantos ataques ransomware. Segundo o Guardian, as ações tendem a permanecer ignoradas quando os crimes ocorrem fora das fronteiras.
Mas a representante da NCSC afirma que a China também é um agente político para ficar de olho neste aspecto, informando que Beijing também apresenta um ponto focal de cibercriminosos. “Como a China irá evoluir na próxima década provavelmente será o principal fator de orientação da nossa cibersegurança no futuro” afirma Cameron.
No passado, o país teria tentado roubar dados de pesquisa de vacinas, uma acusação que o governo chinês nega. A representante diz não estar certa do futuro, concluindo que o Reino Unido precisava “se proteger contra práticas chinesas que tenham um futuro adverso na nossa própria prosperidade e segurança”.
Imagem: BeeBright/Shutterstock
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Esta post foi modificado pela última vez em 12 de outubro de 2021 13:45