Maior fóssil de tricerátops já encontrado é leiloado por US$ 7,7 milhões

Identidade do comprador não foi divulgada pela casa de leilões; fóssil tem 2 metros de altura e 7 metros de comprimento
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 22/10/2021 11h46, atualizada em 25/10/2021 13h22
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Imagem: Miranda O'Bryan/KEVN News)
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O maior esqueleto de tricerátops já encontrado tem um novo dono, que arrematou a ossada em um leilão por US$ 7,7 milhões (R$ 43,82 milhões). Segundo a casa que realizou o leilão, o comprador preferiu manter sua identidade em segredo, mas fontes da imprensa local afirmam que se trata de alguém de nacionalidade norte-americana.

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O esqueleto, apelidado de “Big John” pelos seus cuidadores, mede aproximadamente 2 metros (m) de altura e tem 7m dos chifres à cauda. Só a cabeça do “bichinho” tem 2,74 m. Especialistas em paleontologia estimam que o animal tenha vivido há cerca de 66 milhões de anos.

Imagem mostra Big John, o maior fóssil de triceratops da história
Esqueleto do “Big John”, o maior fóssil de tricerátops já encontrado e montado: venda da ossada para comprador particular gerou controvérsia na comunidade científica, que critica o comércio e alega que isso traz alienação histórica (Imagem: Giquello/Divulgação)

O conjunto está 60% completo (75% para a cabeça) – esses números são considerados “excessivamente altos” por especialistas, uma vez que ossadas tão completas são uma raridade – normalmente, escavações encontram pedaços de regiões ósseas maiores e, a partir delas, estimam forma, tamanho e peso dos animais aos quais elas pertenceram.

“A qualidade generalizada de ‘Big John’ é o que o torna merecedor do seu preço”, disse Iacopo Briano, paleontólogo não envolvido no leilão, à NBC News. “Para um tricerátops ou mesmo um [dinossauro] herbívoro, esse é um recorde inacreditável”.

O leilão, porém, não ficou livre de controvérsias: segundo uma fonte da NBC, o comprador disse estar “empolgado com a ideia de poder levar um item como esse para seu uso pessoal”. Isso não caiu bem com alguns paleontólogos ativistas, que afirmam que a realização de leilões desse tipo fere o princípio da disponibilidade histórica – normalmente, museus não participam dessas ocasiões simplesmente porque os preços são altos demais para eles.

Especialistas ouvidos pela BBC dizem que a demanda por fósseis raros de dinossauros aumentou nos últimos anos, atraindo compradores privados que, na maioria dos casos, têm mais dinheiro disponível para arcar com os preços do que um museu ou outra entidade de pesquisa histórica.

“Em 2020”, diz trecho da matéria, “um espécime quase completo de tiranossauro foi vendido pelo valor recorde de US$ 31,8 milhões (R$ 181,14 milhões)”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital