Uma equipe internacional de cientistas liderada pela Universidade do Havaí em Manoa (EUA), acaba de anunciar a descoberta do exoplaneta mais jovem já descoberto. Orbitando uma estrela recém-formada a 400 anos-luz da Terra, o 2M0437b, como foi chamado, é até cinco vezes mais massivo do que Júpiter.
O planeta “bebê¨ se formou com sua estrela entre 2 e 5 milhões de anos atrás. Isso é um átimo em termos cósmicos: a Terra existe por 4,5 bilhões de anos, mais de 2 mil vezes mais tempo que a estimativa inferior do novo exoplaneta.
Observação direta é rara em exoplenetas
O planeta ainda está quente com a energia liberada durante sua formação. Isso faz com que sua temperatura esteja acima dos 1000ᵒ C. A estrela que ele orbita está em um berçário estelar chamado Nuvem Molecular de Touro.
O “bebê” também está em uma órbita muito mais distante do que os planetas do Sistema Solar. A distância até sua estrela é cerca de cem vezes a distância Terra-Sol, ou unidade astronômica. Para comparação, Júpiter fica a 5 u.a. do Sol, e Plutão a 34. Isso também torna-o mais fácil de observar.
O tamanho do planeta permite que seja, de forma rara, observado diretamente. “Esta descoberta feliz adiciona-se a uma lista de elite de planetas que podemos observar diretamente com nossos telescópios”, explicou o autor Eric Gaidos, professor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade do Havaí.
“Ao analisar a luz deste planeta, podemos dizer algo sobre sua composição e, talvez, onde e como ele se formou em um disco de gás e poeira há muito desaparecido em torno de sua estrela hospedeira.”
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Formação intrigante
Em 2018, 2M0437b foi visto pela primeira vez com o Telescópio Subaru em Mauna Kea, pelo pesquisador visitante Teruyuki Hirano. A descoberta não foi anunciada então porque era preciso confirmar sua validade. O planeta então foi estudado cuidadosamente utilizando outros telescópios. Observando a posição da estrela-mãe conforme ela se movia no céu, confirmou-se que o planeta 2M0437b era realmente um planeta em órbita dela, e não um objeto distante.
“Dois dos maiores telescópios do mundo, tecnologia de óptica adaptativa e o céu claro de Mauna Kea foram necessários para fazer esta descoberta”, disse o co-autor Michael Liu. “Estamos todos ansiosos por mais descobertas desse tipo e estudos mais detalhados desses planetas com as tecnologias e telescópios do futuro.”
Segundo os pesquisadores, a descoberta pode ser muito relevante porque desafia o modelo atual de compreensão de formação de planetas. O exoplaneta simplesmente é muito grande e muito jovem para ser compatível com os modelos atuais de formação de planetas.
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