Uma publicação na revista científica digital iScience sugere que as células de gordura possuem um papel central no desenvolvimento de doenças degenerativas do cérebro e redução de atividades cognitivas.

O estudo, da Universidade de Marshall, em Huntington, West Virginia, observa a relação entre a adiposidade e o ciclo de estresse oxidativo no cérebro, que está relacionado ao envelhecimento precoce e à males, como o de Parkinson.

De acordo com a pesquisa, as células de gordura controlam a resposta sistêmica das funções cerebrais em mamíferos, impedindo a manutenção das bombas de sódio/potássio (Na/K-ATPase), cruciais para memória e cognição. A circulação destas afetam a expressão de importantes proteínas no corpo, mas também sinaizadores do hipocampo, cuja falta pode piorar as atividades neurológicas.

Células de gordura inibem a função regenerativa do cérebro

No teste, os cientistas usaram um rato geneticamente modificado que liberava o peptídeo NaKtide especificamente em adipócitos, para descobrir que eles inibiam as bombas de sódio/potássio. A neutralização do sinalizador nas células de gordura favorecia o mau funcionamento do cérebro da cobaia, levando a doenças e risco incremental de demência.

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“Nós queríamos demonstrar que os disparos de bombas de sódio/potássio, especialmente em adipócitos, possuem um papel central para induzir alterações em regiões específicas do cérebro, mais notadamente no hipocampo, que é crítico para a memória e a função cognitiva”, afirma o líder da pesquisa, Joseph I Shapiro.

A pesquisa também concluiu que a alimentação ocidental possui um forte efeito na inflamação das células, que podem resultar no agravamento dessas condições.

“A dieta ocidental induz a estresse de oxidantes e alteração de adipócitos através das bombas de sódio e potássio, que causam inflamações sistêmicas e causam mudanças bioquímicas e comportamentais no cérebro”, afirma Komal Sodhi, primeiro pesquisador do estudo e professor de ciências biomédicas da universidade.

Imagem: geralt/Pixabay/CC

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