Brasil é o 5º país com mais redes de câmeras de vigilância com reconhecimento facial no mundo

Brasil possui cerca de 260 mil câmeras com reconhecimento facial usada para perseguições de etnia Uigur na China, no mundo, são 6,3 milhões
Por Gabriel D. Lourenço, editado por André Lucena 25/11/2021 17h38, atualizada em 25/11/2021 20h35
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Um índice global apontou que o Brasil figura na metade da lista dos dez países no mundo que mais possuem redes de câmeras de vigilância Hikvision e Dahua — conhecidas por sua alta capacidade de reconhecimento facial.

As duas fabricantes, que ocupam as posições mais altas no mercado de aparatos de monitoramento, são conhecidas por ocupar a controversa posição de favorecer abusos aos direitos humanos na China. Ambas as tecnologias permitem o perfilamento das vítimas com base em sua racialidade, e já foram usadas para este fim em perseguição aos povos uigures, no norte do país, e podem ser adaptadas para outros padrões de detecção.

O índice foi apontado pela Top10VPN, subsidiária do grupo de vigilância de direitos digitais, “Privacy.co”, e aponta a existência de 6.3 milhões destas redes de equipamentos no mundo todo. Das 266,455 redes presentes no Brasil, 186,129 são da Hikvision e 80,338, da Dahua.

O grupo alerta que as redes foram identificadas com endereços IPs únicos, o que pode significar representar um número ainda mais assustador se contassem câmeras individuais.

“Como redes de câmeras tendem a conter múltiplos aparelhos, o número total de equipamentos de vigilância individuais da Hikvision e Dahua estimados neste relatório provavelmente é muito mais alto do que seis milhões”, afirma o grupo.

Uma a cada dez redes de câmeras estão nos EUA

Acima do Brasil no ranking de câmeras de reconhecimento facial fora do território chinês está o Reino Unido em quarto lugar, (277,986 redes) e o México em terceiro (343,203 redes). A segunda posição é dos Estados Unidos (710,494 redes), e o topo da liderança, o Vietnã (822,324).  

Para os Estados Unidos, ocupar o segundo lugar no ranking — e quase o dobro de diferença do seu vizinho, o México — é uma posição contraditória: o país havia colocado restrições de vendas às empresas por implicações em violações de direitos humanos. No entanto, uma a cada dez redes de câmeras estão em território norte-americano.

Das 200 cidades com maior número de câmeras de vigilância no mundo, Ho Chi Minh e Hanoi, no Vietnã, ocupam a liderança, com 164,517 e 107,032, respectivamente. Londres (61,504) e Nova Iorque (56,478) seguem logo atrás. O quinto lugar (55,421) está com Montevidéu, no Uruguai — que não chega a figurar na lista dos países com mais equipamentos.

No Brasil, a capital de São Paulo ocupa o 15º lugar no ranking de cidades com equipamentos de reconhecimento facial, com 33,389 redes de câmeras detectadas. Uberlândia e Belo Horizonte, em Minas Gerais, estão em 31º (29,192) e 63º lugares (14,794). As capitais de Rio de Janeiro (8,225) e Porto Alegre (7,335) também constam na lista. O ranking completo pode ser acessado nesta tabela.

Imagem: Karolis Kavolelis/Shutterstock

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Gabriel D. Lourenço é redator(a) no Olhar Digital

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.