Um estudo inédito realizado pela Universidade de Oxford, localizada no Reino Unido, demonstrou que duas doses das vacinas contra Covid-19 de Oxford-AstraZeneca e da Pfizer-BioNTech induzem a produção de poucos anticorpos neutralizantes contra a Ômicron. Sendo assim, o resultado indica um possível aumento de infecções, tanto em pessoas previamente infectadas ou totalmente vacinadas

Para isso, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de indivíduos que receberam duas doses das vacinas Oxford-AstraZeneca ou Pfizer-BioNTech como parte do estudo Com-COV em um isolado de vírus vivo da Ômicron.

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Os resultados revelaram que os títulos neutralizantes, ou seja, uma medida do nível de anticorpos neutralizantes que impedem a entrada do vírus nas células e são gerados pela vacinação, em quem recebeu duas doses da AstraZeneca caíram para abaixo do limite detectável em todos, exceto um participante.

Ômicron Japão
Japão confirma primeiro caso da Ômicron. Imagem: Shutterstock

Em quem complementou o ciclo vacinal com o imunizante da Pfizer, a queda foi de 29,8 vezes. Em cinco participantes, ocorreu queda abaixo do nível de detecção. Os pesquisadores explicaram que isso indica que há queda significativa nos títulos neutralizantes para quem completou o esquema com as duas vacinas, mas a Ômicron tem o potencial de levar a uma nova onda de infecções, incluindo em quem já se vacinou.

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Sendo assim, os pesquisadores não avaliaram o impacto do reforço, por outro lado, acreditam que sua aplicação melhore a proteção contra a Ômicron, pois a dose extra aumenta as concentrações de anticorpos.

“Esses dados ajudarão aqueles que estão desenvolvendo vacinas e estratégias de vacinação a determinar as rotas para melhor proteger suas populações e transmitir a mensagem de que aqueles que estão elegíveis ao reforço devem tomá-lo”, afirmou em comunicado Gavin Screaton, chefe da Divisão de Ciências Médicas da Universidade e principal autor do artigo.

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O professor de Pediatria e Vacinologia da Universidade de Oxford Matthew Snape atuou como co-autor do estudo e ressaltou que os dados mostram apenas uma parte do cenário.

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“Eles só olham para os anticorpos neutralizantes após a segunda dose, mas não nos falam sobre a imunidade celular, e isso também será testado em amostras armazenadas assim que os testes estiverem disponíveis”, informaram através de um comunicado.

Ou seja, se refere à resposta celular, das células B e T, que são outros fatores importantes do sistema imunológico para lutar contra a Covid-19. Segundo os pesquisadores, a linha de defesa não deve ser impactada e pode conferir um grau de proteção contra hospitalização e doença grave.

“No entanto, deve-se notar que maior transmissão, inevitavelmente levará a um aumento número de casos e maior sobrecarga nos sistemas de saúde, mesmo sem mudanças proporcionais no gravidade”, pontuaram os autores.

Fonte: O Globo

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