Os especialistas consideram difícil que todas as crianças de 5 a 11 anos sejam imunizadas antes da volta às aulas. Por mais que a expectativa é de que o Ministério da Saúde comece a vacinar essa faixa etária a partir de janeiro, os médicos criticam a lentidão em definir o cronograma para vacinação.

Após demonstrar resistência à imunização infantil, no começo desta semana, a pasta se posicionou a favor da vacinação de crianças. Através de uma nota, disse que recomenda a inclusão de pessoas de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO).

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A pasta afirmou que a vacinação pode começar em janeiro, porém sem nenhuma data, informando apenas que em outubro negociou com a Pfizer a compra de 100 milhões de novas doses de vacina.

“São 20 milhões de crianças de 5 a 11 anos, a gente precisa pelo menos desse número para dar primeira dose em todas. No entanto, pelo que temos ouvido, o cenário mais otimista é conseguir 15 milhões no primeiro trimestre. Acho que não teremos condições de vacinar todos antes das aulas”, argumentou Renato Kfouri, pediatra e membro da Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Ctai), que é responsável por orientar o Ministério da Saúde sobre as vacinas.

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crianças na sala de aula de máscara
Sistema iunológico das crianças é mais eficiente contra Covid-19. Crédito:Halfpoint/iStock

Além disso, Ctai se manifestou a favor da vacinação de crianças e se o ministério confirmar a imunização deste grupo, será responsável por definir de que maneira será feita a campanha. Por outro lado, no dia 18 de dezembro, o Ministério da Saúde anunciou que decidiria sobre a vacinação de crianças depois da realização de uma consulta pública em janeiro.

“Para isso precisamos saber com que intervalo as doses chegarão. Desde a aprovação da Anvisa o Ministério poderia estar acelerando a negociação com a farmacêutica. Essa questão de consulta pública é uma bobagem que não deveria atrapalhar. Sabemos que a variante Ômicron está chegando e tende a atingir mais os não vacinados”, disse Kfouri.

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Na última segunda-feira, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota em defesa da vacinação de crianças. A entidade rebateu posicionamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o qual disse que a questão não demandava urgência.

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De acordo com a AMB, a necessidade de vacinação de um grupo não se dá somente pelo quantitativo de óbitos. Para o presidente da entidade, César Fenandes, a demora em vacinar crianças pode gerar um cenário ainda mais preocupante com a volta às aulas.

A pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, destacou a importância da manutenção de protocolos como uso de máscara para minimizar os riscos no ambiente escolar: “As crianças estão suscetíveis e vão voltar para escola sem estar vacinadas. Não vamos conseguir vacinar todas as crianças ou chegar a uma cobertura boa em janeiro. Não é possível relaxar o protocolo, sobretudo enquanto não estão vacinadas “.

Fonte: O Globo

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