Embora aqui no Brasil o Dia dos Namorados seja comemorado em 12 de junho, na maioria dos países do mundo esta data é celebrada em 14 de fevereiro, o Dia de São Valentim, também chamado de Dia do Amor. A equipe do Telescópio Espacial Hubble fez sua parte nas comemorações, divulgando uma linda imagem registrada pelo observatório orbital: duas galáxias espirais disformes combinando-se para formar uma bela rosa cósmica.

A linda flor celestial foi captada pelo instrumento Wide Field Camera 3. Conhecida como Arp 273, a dupla está entre centenas de galáxias “peculiares” catalogadas pelo astrônomo Halton Arp na década de 1960. A atração gravitacional entre essas duas galáxias criou suas distorções físicas.

Leia mais:

Rosa cósmica captada pelo Hubble contém berçário de estrelas

Pela imagem, é possível notar que o braço mais externo da espiral maior parece ter sido puxado para um anel largo ao redor do par de galáxias — uma característica que os astrônomos costumam ver em duplas onde uma galáxia atravessa a outra. No entanto, o anel ao redor desta galáxia está fora do centro, o que sugere que a galáxia menor deu um “mergulho” mal sucedido através da maior.

publicidade

O encontro parece também ter derrubado os braços internos da grande galáxia, tornando a menor um pouco esticada, com duas caudas espalhadas em cada extremidade. As interações entre as galáxias parecem ter desencadeado um explosivo berçário estelar. 

Isso porque, na galáxia maior, uma enxurrada de nascimentos estelares se faz visível ao longo dos braços espirais externos, onde aglomerados azuis brilhantes de estrelas jovens reluzem. A formação estelar da galáxia menor, por outro lado, parece concentrada em seu núcleo brilhante.

Interações entre galáxias não são raras

Como a dupla Arp 273, a maioria das galáxias não vivem isoladas. Seus encontros entre si são uma parte influente do processo de crescimento das galáxias. Observando como elas são afetadas por suas trocas gravitacionais, os astrônomos podem entender melhor como as galáxias se desenvolveram e como o universo evoluiu.

Outro belo exemplo de interação galática fica no objeto Arp 282, composto pelas galáxias NGC 169 e IC 1559 e também fotografado pelo Hubble. Nesse caso temos uma galáxia com 140 mil anos-luz de diâmetro interagindo com outra bem menor, com apenas 40 mil anos-luz.

ARP 282, objeto formado pela interação entre as galáxias IC 1559 (menor, no topo) e NGC 169 (a espiral maior, abaixo)
Imagem: ESA/Hubble & NASA, J. Dalcanton, Dark Energy Survey, DOE, FNAL/DECam, CTIO/NOIRLab/NSF/AURA, SDSS, J. Schmidt

Existem algumas características notáveis ​​na interação entre NGC 169 e IC 1559. Primeiro, ambas as galáxias têm um núcleo galáctico ativo; isto é, os buracos negros supermassivos no centro de cada um estão devorando ativamente poeira e gás. Este processo produz muita radiação de alta energia na forma de raios X e calor em comprimentos de onda infravermelhos; A imagem do Hubble está em luz óptica, que poeira em núcleos galácticos tende a obscurecer.

Além disso, você pode ver claramente fluxos de poeira e material brilhante passando entre as duas galáxias, provavelmente do objeto menor (IC 1559) para o maior (NGC 169).

“Quando duas galáxias interagem, gás, poeira e até sistemas solares inteiros serão atraídos de uma galáxia para a outra por essas forças de maré. Esse processo pode ser visto em ação nesta imagem — delicados fluxos de matéria se formaram, ligando visivelmente as duas galáxias”, explicou a agência espacial europeia (ESA).

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!