A próxima década deve valorizar um objeto muito próximo de nós em nossos esforços de exploração espacial: chamada por alguns de “Década de Vênus”, a partir de 2030, nós teremos pelo menos três missões distintas de estudo do segundo planeta do sistema solar – nosso vizinho imediato em nosso “bairro” na Via Láctea.

Ano passado, as agências espaciais americana (NASA) e europeia (ESA) se comprometeram a lançar as missões VERITAS, DAVINCI e Envision – todas com objetivos variados, mas com a expectativa de conduzir a maior parte de suas observações no início da próxima década.

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Imagens de Vênus feitas pela sonda Solar Parker
A Sonda Solar Parker capturou essas imagens de Vênus usando seu instrumento WISPR durante seu quarto sobrevoo em fevereiro de 2021, mostrando a superfície noturna do planeta. (Crédito da imagem: NASA/APL/NRL)

“A nossa ‘comunidade venusiana’ é muito unida”, disse Martha Gilmore, geóloga planetária da Universidade Wesleyan, em Connecticut, nos EUA, especializada em Vênus, durante uma palestra que apresentou durante a Lunar and Planetary Science Conference, no Texas. “Estamos há tempos batalhando por isso e fazendo propostas [de missões]”.

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O evento marcou pelo menos um dia dedicado ao futuro dos estudos de Vênus, ressaltando as três missões citadas: VERITAS é a mais próxima, com lançamento previsto para 2027. O objetivo dela será o de observar a densa nuvem atmosférica do planeta e mais além, dando aos cientistas a primeira imagem da superfície desde a missão Magellan, em 1994. Os instrumentos da sonda vão coletar dados sobre composições de rochas, atividades geológicas (terremotos, vulcanismo e afins), bem como um entendimento aprofundado do interior do planeta.

“A VERITAS vai produzir essas bases de dados fundamentais incríveis que vão nos contar muito sobre Vênus e pavimentar o caminho para a ‘Década de Vênus’ e todas as investigações empolgantes que serão discutidas em muitas, muitas missões futuras”, disse Sue Smrekar, investigadora chefe da NASA para Ciências Planetárias.

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A outra missão – DAVINCI -, está prevista para lançamento em 2030, é composta de dois objetos: um observador primário e uma sonda terrestre que vão, ambos, analisar a atmosfera bem grossa de Vênus, extremamente rica em carbono. A sonda vai pousar em uma região de Vênus conhecida como Alpha Regio, uma área descrita por especialistas como “intimidante” devido à sua elevação de mais ou menos um quilômetro (km) em comparação ao relevo próximo – especulações indicam que isso se deu por dobras terrestres decorrentes de alta atividade vulcânica.

Entre uma missão e outra, porém, a ESA lançará (2030) a missão Envision, que deve complementar as observações feitas pela VERITAS com um artefato próprio, mapeando regiões onde a primeira sonda não passar e criando, assim, um mapa mais completo e detalhado da superfície venusiana. Entretanto, ela também tem um objetivo próprio – investigar se há a presença de fluxos ativos de lava no segundo planeta do sistema solar.

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“Nós temos muito o que fazer com essa oportunidade de ir até Vênus”, disse Gilmore. “Estamos todos muito dedicados, penso eu, em apresentar tudo o que pudermos com isso”.

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