O Event Horizon Telescope (EHT), o primeiro telescópio a fazer uma imagem de um buraco negro, começa hoje (15) uma campanha de dois meses – incluindo sete dias ininterruptos de observações astronômicas -, buscando especificamente objetos que a coalizão que o controle chamou de “dramáticos”. Na prática: buracos negros, quasares, galáxias inteiras e toda a sorte de objetos que se comportem de forma intensa.

Essencialmente, o EHT é um grande conjunto de telescópios instalados em várias partes do mundo. Todos eles realizam observações independentes e juntam as informações em seguida, formando estudos únicos que nos ajudam a entender mais sobre o espaço dentro de uma linha de raciocínio mais lógica.

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A primeira imagem real de um buraco negro - especificamente, o da galáxia Messier 87 -, feita pelo EHT em 2019: grande conjunto de telescópios retomará os trabalhos a partir de março de 2022
A primeira imagem real de um buraco negro – especificamente, o da galáxia Messier 87 -, feita pelo EHT em 2019: grande conjunto de telescópios retomará os trabalhos a partir de março de 2022 (Imagem: Nature Astronomy/Divulgação)

Segundo as informações divulgadas, as oito estruturas responsáveis pela imagem do buraco negro em 2019 estarão presentes na nova campanha, além de outros três telescópios que se concentrarão na análise de vários espectros de luz – em tese, isso deve oferecer imagens mais detalhadas.

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Os 11 observatórios trabalharão entre março e abril por uma questão meteorológica: como as estruturas estão localizadas em várias partes do mundo – da Groenlândia à Antártida, passando por Havaí e França -, as condições climáticas de cada região tendem a ser bem diferentes ao longo do ano. A janela nestes dois meses específicos, no entanto, são costumeiramente mais estáveis e similares, o que evita que as observações encontrem “ruídos” que possam atrapalhar as leituras.

A campanha tem dois objetivos primários de observação: o buraco negro da galáxia Messier 87, e Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo localizado no centro da nossa Via Láctea. O primeiro é o objeto da icônica imagem de 2019, que terá suas observações continuadas no novo trabalho. O segundo é localizado a 25 mil anos-luz da Terra, mas também foi pouco observado.

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Entretanto, pequenos espaços na agenda foram reservados para observações de objetos em um círculo de até 7 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Especificamente, o EHT tem mapeados meia dúzia de buracos negros e quasares – objetos super brilhantes com buracos negros em seus centros – para estudar.

A retomada da operação do EHT vem após dois anos de hiato: em 2019, houve o cancelamento das observações por motivos técnicos, enquanto a COVID-19 impediu a retomada dos trabalhos em 2020 e parte de 2021. Devido à pandemia, todas as pesquisas pertinentes à essa nova campanha serão feitas em caráter remoto.

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