Choque de asteroides cria nuvem de destroços capturada pela NASA

Estudo da Universidade do Arizona mostra que nuvem chegou a bloquear a luz de uma estrela, o que permitiu sua visualização
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 18/03/2022 17h23, atualizada em 18/03/2022 18h56
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Imagem: NASA/JPL-Caltech/Divulgação
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Um choque entre dois asteroides em 2018 produziu uma nuvem de destroços tão grande que bloqueou temporariamente a luz da estrela HD 166191, de “apenas” 10 milhões de anos. Um novo estudo produzido pela Universidade do Arizona divulgou detalhes do impacto.

A equipe liderada por Kate Su vem observando a estrela em questão desde 2015, coletando dados sobre a formação de “planetesimais”, corpos celestes que podem ser rapidamente descritos como “sementes de planetas”. Esses objetos costumam aparecer em grandes aglomerados de poeira cósmica. A maior parte dessas informações veio pela (já aposentada) missão Spitzer, da NASA.

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Ilustração da NASA mostra como a nuvem criada a partir do choque de dois asteroides do tamanho de planetas bloqueou a luz de uma estrela em um sistema distante
Ilustração da NASA mostra como a nuvem criada a partir do choque de dois asteroides do tamanho de planetas bloqueou a luz de uma estrela em um sistema distante (Imagem: NASA/JPL-Caltech/Divulgação)

“Não há substituto para um testemunho ocular”, disse George Rieke, co-autor do estudo e  também astrônomo da Universidade do Arizona. “Todos os casos relatados pela Spitzer acabaram não resolvidos, apenas com teorias e hipóteses sobre o evento em si e como a nuvem de destroços poderia se parecer”.

Usando dados de mais de 100 observações e instrumentos capazes de interpretar a frequência de luz infravermelha, em 2018, o time de pesquisadores viu que o sistema estelar ficou consideravelmente mais brilhante, ao passo que uma nuvem ficou entre os observadores e a estrela, ambos indícios de nuvem de destroços.

Usando cálculos simples, o time deduziu que a nuvem tinha formato alongado, com uma área mínima pelo menos três vezes maior que a da estrela que ela cobria. Para produzir algo tão grande, o choque deve ter sido entre asteroides do tamanho de planetas – pense no Vesta, em nosso sistema. Provavelmente um ou os dois objetos tinham 530 km de tamanho. A pancada, de início, produziu energia e calor suficientes para vaporizar parte do material desprendido, além de acionar uma reação em cadeia com outros corpos nas proximidades, efetivamente gerando a nuvem vista pelo Spitzer.

Ao longo daquele ano e também por 2019, a nuvem de destroços ficou mais translúcida, o que significa que as partes mais densas estavam se dissipando. Ao mesmo tempo, o time de pesquisadores notou um aumento no volume de objetos menores dentro do sistema estelar – provavelmente, remanescentes do choque que acabaram “escondidos” na nuvem e foram revelados após sua dispersão.

O estudo completo foi publicado no Astrophysical Journal, com apoio do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL-Caltech) da NASA.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.