Novo tratamento pode impedir perda de memória para quem sofre de Alzheimer

Pesquisa por novo medicamento envolve a administração de “mediadores lipídicos intranasais” e mostrou bons resultados em testes com ratos
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 26/03/2022 17h24, atualizada em 28/03/2022 09h48
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Imagem: Robert Kneschke/Shutterstock
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Um novo estudo publicado no jornal científico Communications Biology, ligado à revista Nature, ressalta bons resultados de um tratamento ainda em fase experimental relacionado ao Mal de Alzheimer, a doença neurodegenerativa que causa perda extensa de memória e, com o tempo, morte.

Ainda sem cura, a doença tem por característica uma inflamação neurológica que começa afetando o senso de julgamento do paciente, progredindo para perda de memória e a paralisação de funções cerebrais maiores. Não apenas o Mal de Alzheimer ainda é incurável, ele também é sempre fatal.

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A perda ampla de memória de curto e longo prazo são sintomas comuns em quem sofre do Mal de Alzheimer, mas novo tratamento vem sendo pesquisado para preservar a lembrança dos pacientes
A perda ampla de memória de curto e longo prazo são sintomas comuns em quem sofre do Mal de Alzheimer, mas novo tratamento vem sendo pesquisado para preservar a lembrança dos pacientes (Imagem: Photographee.eu/Shutterstock)

O proposto tratamento prevê a administração intranasal do que os especialistas chamaram de “mediadores lipídicos”, que são basicamente compostos bioativos feitos de ácidos graxos como o ômega-3, e que atuam especificamente no tratamento anti-inflamatório.

Um desses mediadores lipídicos, chamado “Neuroprotectina-D1” (NPD1), foi descoberto pela equipe liderada por Nicolas Bazan, médico neurologista, PhD e professor e diretor do Centro de Excelência Neurocientífica LSU, em Nova Orleans. Pesquisas anteriores mostraram que esse recurso funciona bem em tratamentos contra vítimas de derrames ou pessoas que têm algum dano de retina, mas que tem pouca presença na área do cérebro que corresponde à memória.

A administração intranasal (pense em quando você tinha que espirrar o famoso “rinosoro” dentro do nariz) é a menos invasiva para essa finalidade, de acordo com os médicos envolvidos no estudo, que também dizem que seu uso deve abrir novas vias de tratamento para quem sofre de Alzheimer.

“Essa doença não tem prevenção, nem cura, e impõe uma pressão horrenda em seus pacientes e as respectivas famílias, considerando a sua progressão arrasadora e seus eventos adversos devastadores”, disse o Dr. Bazan. “Milhões de pessoas sofrem de Alzheimer hoje, e esse número deve aumentar rapidamente nos próximos anos”.

De acordo com levantamentos da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 50 milhões de pessoas no mundo convivem com o Mal de Alzheimer ou alguma doença neurodegenerativa relacionada.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital