Apenas 18 países são efetivamente “verdes” – ou seja, adotaram e sustentaram tecnologias ecologicamente amigáveis nos últimos 10 anos -, de acordo com novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).

No entanto, a ONU não nomeou especificamente quais são os países, citando “inconsistência de dados”. Paralelamente, a Associated Press (AP) usou dados da pesquisa Global Carbon Report e listou 19 nações, que podem ou não ser compatíveis com o que afirma o IPCC.

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Segundo a AP, os seguintes países são verdes: EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália, Ucrânia, França, Espanha, Grécia, Holanda, México, Finlândia, Singapura, Dinamarca, República Tcheca, Bélgica, Polônia, Romênia e Suécia.

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O IPCC, embora não tenha nomeado os países de sua lista, reconhece como fatores que levam alguém a considerar um país como ecologicamente correto são um uso menor de energia sem perda de desempenho para a população ou indústria, uma transição majoritária de combustíveis fósseis para energias limpas e, finalmente, eficiência energética de produtos ampliada. Esses fatores – entre alguns outros – se repetem na pesquisa Global Carbon, usada pela AP.

Especialistas de ambos os lados, contudo, concordam que alguns dos 18 (ou 19) países verdes também figuram nas listas de maiores contribuidores para o problema de emissão de carbono, como é o caso dos EUA, Japão e Reino Unido. De acordo com Greg Nemet, professor de Políticas Públicas e Energia na Universidade Madison-La Follette, países que foram capazes de “descarbonizar” suas fontes de energia deveriam assumir liderança em guiar outras nações menos desenvolvidas a fazer o mesmo.

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De grosso modo: países com dinheiro que enriqueceram às custas da exploração de países menores lhes devem reparações históricas na forma de investimentos em energia limpa e renovável. Esse é um assunto amplamente discutido na ONU, porém os países mais acusados sempre são elusivos neste tópico.

Segundo Inger Andersen, da ONU, países menos desenvolvidos comumente tomam empréstimos de países maiores a juros elevados demais para permitir investimentos de grande porte e longo prazo em energias renováveis.

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“Os países que equilibraram redução de emissões e crescimento econômico são, de fato, exemplos que nos dão esperança pelo futuro, mas todas as nações desenvolvidas têm uma responsabilidade histórica para assegurar que eles assegurem – seja por meio do Acordo Climático de Paris que rege a entrega de US$ 100 bilhões [R$ 471,80 bilhões] anuais no financiamento climático – em garantir que países mais pobres tenham acesso à tecnologia e conhecimento para também fazewrem essas mudanças”, ela comentou.

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