Remédios para disfunção erétil aumentam em 85% risco de doenças oculares graves

Por Matheus Barros, editado por Lucas Soares 08/04/2022 13h45, atualizada em 08/04/2022 17h37
Homem sentado na cama colocando um comprimido azul na mão enquanto uma mulher está deitada ao fundo
Imagem: Photoroyalty/Shutterstock
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Pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, descobriram que o uso contínuo de remédios para disfunção erétil, como Viagra, Cialis, Stendra e Levitra, aumenta em até 85% o risco de doenças oculares graves, algumas que podem gerar cegueira.  

Para chegar a essa taxa de risco, o estudo analisou os dados de planos de saúde de 213 mil homens nos Estados Unidos que não tinham problemas de visão um ano antes de darem início ao uso regular de remédios para disfunção erétil.  

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Em seguida, eles analisaram quantos desses voluntários desenvolveram uma ou mais condições após o uso dos medicamentos e quantos continuaram sem nenhum tipo de problema.  

O estudo aponta que o risco para descolamento de retina aumentou 2,5 vezes, para oclusão venosa da retina (OVR) aumentou 1,4 vezes, enquanto para neuropatia óptica isquêmica (NOI) subiu 2,2 vezes.  

“Estas são condições raras, e o risco individual de desenvolver uma delas permanece muito baixo para qualquer usuário. No entanto, o grande número de prescrições realizadas a cada mês nos EUA – cerca de 20 milhões – significa que um número significativo de pessoas pode ser afetado. Os usuários regulares desses medicamentos que percebem alguma alteração na visão devem levar isso a sério e procurar atendimento médico”, informa Mahyar Etminan, professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da Faculdade de Medicina da UBC.  

Homem sentado na cama
Remédios para disfunção erétil aumentam risco de doenças oculares graves. Imagem: tommaso79/Shutterstock

Os pesquisadores não informaram qual o fator que aumenta este risco de desenvolver as doenças oculares em até 85%, mas existe a hipótese que isso possa ter relação com o desvio do fluxo sanguíneo.  

“Esses medicamentos tratam a disfunção erétil melhorando o fluxo sanguíneo na área, mas sabemos que eles também podem dificultar o fluxo sanguíneo em outras partes do corpo. Então, embora nosso estudo não prove causa e efeito, existe um mecanismo pelo qual esses medicamentos podem levar a esses problemas. A totalidade das evidências aponta para um vínculo forte”, explicaram.

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Matheus Barros
Redator(a)

Formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, Matheus Barros iniciou seu trabalho em redação jornalística no portal da RedeTV! e hoje atua como repórter de Internet e Redes Sociais do Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.