Sendo uma ferramenta indispensável nas reuniões ou encontros virtuais, a webcam também pode ser um meio utilizado por hackers para invadir a privacidade das pessoas, roubando dados e imagens pessoais, inclusive íntimas. Conhecido como “Camfecting”, o sequestro da webcam do dispositivo de um usuário pode trazer sérios problemas, afetando tanto o aspecto financeiro quanto emocional. Entre os malware utilizados pelos cibercriminosos está o Remote Access Trojan (RAT), que tem recursos de espionagem. 

Como cibercriminosos agem 

Geralmente, os invasores criam perfis falsos nas redes sociais e conseguem persuadir suas vítimas a baixar um RAT por meio de links maliciosos. Podem dizer que é um endereço para participar de uma promoção, conseguir renda extra ou até mesmo para entrar em um ambiente mais seguro na web. 

Ao clicar no link, a vítima acaba abrindo acesso para o cibercriminoso, que navega pelos arquivos e imagens do computador ou smartphone, tendo inclusive acesso à webcam, ou seja, é possível furtar fotos ou vídeos, sendo uma forma para possíveis chantagens em busca de dinheiro ou até mesmo exigências sexuais. 

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Como identificar possíveis invasões 

Atuando na detecção proativa de ameaças, a ESET conta com profissionais qualificados no combate a esse tipo de crime que acontece no ambiente virtual. 

Segundo o especialista da empresa, Camilo Gutiérrez Amaya, que atua na América Latina, é sempre importante o usuário ficar atento a sinais fora da normalidade. Entre eles, está o fato da luz da webcam acender quando você não está acessando a ferramenta. Trata-se de um indicativo de uma possível invasão. 

“Presença de arquivos externos no computador: se um cibercriminoso usou sua webcam, é possível que ainda existam documentos ou pastas de vídeo incomuns”, diz. 

Por isso, é preciso examinar o computador com uma solução antimalware e verificar se há alertas sobre softwares que não devem estar no computador ou dispositivo.

Cibercriminosos estão cada vez mais audaciosos nas ações; especialistas dizem que sempre é importante manter uma rotina preventiva tanto nos computadores quanto smartphones. Imagem: Shutterstock

Configurações alteradas 

Outro sinal muito comum que pode ser um indício de uma tentativa de invasão de um cibercriminoso é a oferta de atualizações ou modificações no sistema operacional por meio de ligações ou e-mail, sempre no nome de alguma empresa. 

“Uma coisa importante a mencionar é que, se alguém entrar em contato com você alegando ter comprometido sua webcam, é muito provável que seja falso. Golpistas oportunistas costumam usar informações de um vazamento de dados de um serviço em massa, como Facebook, LinkedIn ou um serviço de e-mail, e enviam aos usuários um e-mail com uma senha antiga como ‘prova’ de que eles acessaram o site, dispositivo ou webcam. Eles tentarão induzi-lo a enviar valores em criptomoeda para impedir que tornem públicas suas informações sigilosas ou comprometedoras. Revise os pontos que mencionamos para verificar se sua webcam foi invadida e, a menos que haja evidências sólidas de que os criminosos disseram a verdade, simplesmente ignore essas tentativas”, aconselha Amaya.

Manter-se protegido contra indivíduos mal-intencionados que desejam assumir o controle de webcams exige atenção redobrada no atual momento de grande utilização das câmeras pessoais, principalmente por conta do home office ou rotina híbrida. 

Recomendações preventivas 

De acordo com o especialista, é fundamental sempre se certificar de que o PC, notebook, dispositivo móvel ou casa inteligente estejam com o software antivírus atualizado. 

“Verifique se uma senha ou frase secreta forte e exclusiva está sendo usada, bem como se a autenticação de dois fatores (2FA) está habilitada sempre que possível. Não clique em links em nenhuma comunicação não solicitada. Cubra a lente da câmera quando não estiver em uso, embora isso não impeça os criminosos de bisbilhotar seu microfone”, finaliza Camilo Gutiérrez.

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