Mais um problema para a conta do aquecimento global: predadores marítimos como orcas, tubarões e outros animais de grande porte estão caçando mais, comendo mais, devido ao aumento da temperatura média dos oceanos.

A conclusão vem de um estudo aceito para publicação na revista científica Science, que afirma que águas mais quentes aumentam a atividade metabólica dos animais inseridos nesse ecossistema. Em outras palavras: animais estão se movendo mais e com maior intensidade, gastando mais energia e, consequentemente, precisando comer mais para se manterem firmes.

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Tubarões e outros predadores marítimos estão aumentando seus volumes de caça, devido ao aquecimento global: cientistas temem que isso pode perturbar a ordem natural do ecossistema aquático
Tubarões e outros predadores marítimos estão aumentando seus volumes de caça, devido ao aquecimento global: cientistas temem que isso pode perturbar a ordem natural do ecossistema aquático (Imagem: Tatiana Popova/Shutterstock)

O problema: “comer mais” é algo que a natureza não é muito fã, pois isso pode alterar – talvez, sem retorno – todo um ecossistema. “Demorou milhares de anos para chegarmos no estado em que estamos, e daí, subitamente, estamos aumentando as temperaturas a um ritmo muito mais alto”, disse Gail Ashton, autora primária do estudo e bióloga marinha do Centro de Pesquisa Ambiental (SERC) do Museu Smithsonian. “Nós não sabemos quais poderão ser as implicações desse aumento”.

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Pesquisas anteriores comprovam que os predadores marítimos são mais ativos entre os trópicos da Terra, onde as águas são naturalmente mais quentes. Embora estudos mais localizados tenham trazido dados conflitantes, nem todos buscaram responder a essa pergunta do ponto de vista dos possíveis efeitos da temperatura aquática no corpo dos animais.

“Águas mais quentes tendem a favorecer os animais melhor posicionados na cadeia alimentar, que podem ficar mais ativos e precisar de mais comida — e são suas presas que pagam por essa atividade ampliada”, disse o co-autor do estudo, Emmett Duffy, diretor do Observatório Global da Terra no Smithsonian. “Isso sugere que o mar mais quente pode trazer grandes mudanças na vida de habitats litorâneos mais sensíveis”.

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A pesquisa completa está disponível na revista Science.

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