Um salto de 5,8 milhões para 14 milhões até 2060. Essa é a tendência do aumento nos casos de demência, somente nos Estados Unidos. No topo da estatística: as mulheres. Trata-se de uma condição em que a pessoa não consegue lembrar dos próprios familiares, nem de pensar e muito menos de executar tarefas simples. Do que estamos falando? Alzheimer. A previsão é do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Gene explica intensidade dos casos entre as mulheres
De acordo com um estudo recente, um novo gene pode estar ligado a um risco maior de desenvolver Alzheimer, principalmente em mulheres. A pesquisa foi publicada no The Journal of the Alzheimer’s Association.
Segundo a análise, as mulheres são quase duas vezes mais propensas a serem afetadas pela demência do que os homens.
“[…] Mulheres com mais de 60 anos têm duas vezes mais chances de desenvolver a doença de Alzheimer, […] do que desenvolver câncer de mama durante o resto da vida”, explicou a Dra. Rosa Sancho, chefe de pesquisa da Alzheimer’s Research.
Em um novo estudo usando o sequenciamento do genoma, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston, da Universidade de Chicago e da Universidade da Pensilvânia, entre outros, encontraram um gene chamado MGMT que pode aumentar o risco de Alzheimer em mulheres.
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O gene ligado ao Alzheimer
Os pesquisadores descobriram que o gene da doença é mais evidente nas mulheres. Falando ao Medical News Today sobre os mecanismos por trás das descobertas, o Dr. Ober explicou:
“Nossos dados sugerem que as variantes genéticas associadas afetam os níveis de metilação do DNA e/ou outras marcas epigenéticas, como cromatina aberta, e essas mudanças epigenéticas afetam a expressão de MGMT em estágios-chave de desenvolvimento […]”, disse.
“Esta pesquisa também destaca o quão complexo é o Alzheimer, com o gene MGMT envolvido em vários processos celulares que podem contribuir para o desenvolvimento da doença”, evidenciou Dra. Rosa Sancho.
Que mensagem fica?
A mensagem do estudo é que “[…] um gene da doença de Alzheimer pode transmitir seus efeitos de risco apenas em mulheres e que a remodelação epigenética nos neurônios pode ser um importante mediador desse risco”.
Os próximos passos são primeiro mostrar diretamente que as variantes genéticas estão envolvidas nessa remodelação epigenética e depois estudar os efeitos a jusante da remodelação em modelos celulares de desenvolvimento de neurônios.
“Será necessário um esforço conjunto e global para desenvolver tratamentos que mudem a vida, mas descobertas genéticas como essa são um passo na direção certa”, observou a Dr. Sancho quando questionada sobre a importância do estudo.
“Quanto mais entendermos sobre os genes de risco e como eles afetam o desenvolvimento da doença de Alzheimer, mais perto podemos chegar a novas abordagens de tratamento para a doença”, concluiu.
Via: Medical News Today
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