Vacina contra o câncer feita a partir do próprio DNA do paciente mostra resultados promissores

Por Ronnie Mancuzo, editado por Karoline Albuquerque 06/07/2022 16h52, atualizada em 07/07/2022 09h38
Imagem referente à nota sobre quarta dose da vacina contra Covid-19
Imagem: Pimen/Shutterstock
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Uma vacina contra o câncer feita sob medida, baseada no próprio DNA do paciente, está mostrando resultados “realmente esperançosos”, segundo a equipe de médicos e cientistas do Clatterbridge Cancer Center, no Reino Unido. A fórmula se baseia em uma tecnologia aperfeiçoada na pandemia da Covid-19, sendo administrada aos pacientes em complemento ao tratamento convencional para câncer de cabeça e pescoço.

Oito pacientes receberam a vacina e nenhum deles teve recidiva mesmo após vários meses da aplicação. Por sua vez, dois pacientes em um grupo de controle também com oito pessoas que não receberam a vacina viram seu câncer retornar.

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“Estou bastante animado com isso. Todos os dados estão apontando na direção certa”, disse o professor Christian Ottensmeier, consultor médico oncologista e diretor de pesquisa clínica do centro britânico. Ainda assim, ele se mantém cauteloso. Esse pequeno volume de indivíduos não permite conclusões estatísticas mais contundentes.

Vacina desenvolvida como foi contra a Covid

Sob o codinome TG4050, o imunizante é feito por uma empresa francesa chamada Transgene, usando tecnologia semelhante à que produziu a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford contra a Covid-19. Personalizada para cada paciente, a fórmula se baseia no DNA encontrado no tumor, se tornando uma espécie de vírus modificado e enfraquecido.

Depois que a vacina é injetada, o corpo da pessoa é instruído a criar uma condição de proteção, desencadeando uma resposta imune (treinando as defesas do organismo). Dessa forma, células cancerígenas podem ser destruídas pelo sistema imunológico, impedindo que o câncer se estabeleça.

Trinta pacientes estão participando do estudo para câncer de cabeça e pescoço. Metade receberá a vacina assim que terminar o tratamento convencional, com a outra metade recebendo apenas quando houver recaída. Um pequeno ensaio clínico da vacina em pacientes com câncer de ovário na França e nos EUA também está mostrando resultados promissores.

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Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital