Dezenas de estrelas “falhadas” – nome popular atribuído às anãs marrons – foram identificadas pelo astrônomo amador Frank Kiwy, por meio do projeto “Backyard Worlds: Planet 9”, liderado pela entidade Zooniverse de ciência cidadã.

As estrelas classificadas como “anãs marrons” – ou “falhadas” – são objetos misteriosos que geram bastante debate na comunidade científica: portando até 12 vezes o tamanho de Júpiter, mas menos que a metade do nosso Sol, especialistas da área ainda não entraram em um consenso. Seriam elas estrelas de um diferente formato, ou apenas planetas incrivelmente massivos?

A anã marrom 2MASSWJ 1207334−393254 (no centro) corresponde ao rol de estrelas conhecidas como "falhadas", mas objetos ainda são um mistério para os cientistas
A anã marrom 2MASSWJ 1207334−393254 (no centro) corresponde ao rol de estrelas conhecidas como “falhadas”, mas objetos ainda são um mistério para os cientistas (Imagem: ESO/Reprodução)

O projeto da Zooniverse é o que está em melhor posição para responder à dúvida, já que ele é exclusivamente focado em pesquisar anãs marrons: durante a pesquisa, Kiwy estava analisando um catálogo de 4 bilhões de objetos celestiais (Source Catalog DR2, do NOIRLab), em busca de objetos que tivessem a mesma cor desse tipo de estrela.

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Ao todo, o astrônomo amador encontrou 2,5 mil objetos que poderiam ser anãs marrons. Destes, um refinamento da pesquisa detectou 34 sistemas de estrelas binárias (sistemas onde duas estrelas são mantidas próximas pelo mesmo centro de massa) onde a suposta anã marrom vinha acompanhada de uma anã branca – o núcleo que sobra depois que uma estrela de proporções similares às do Sol queimam todo seu hidrogênio e entram em supernova.

Em todos esses sistemas, as estrelas estão bem próximas entre si, com as mais distantes separadas por 8,5 mil unidades astronômicas (UA) e as mais próximas, por “apenas” 170 UA. Uma unidade astronômica é igual à distância da Terra para o Sol – 150 milhões de quilômetros (km). O Sol está, por exemplo, a 253 mil UA do sistema estelar mais perto de nós – Alpha Centauri.

A expectativa é que o paper resultante dessa pesquisa, em pré-publicação no arXiv e a caminho do Astronomical Journal, ajude a comunidade a estudar as “estrelas falhadas” com mais atenção aos detalhes e, com sorte, nos fazer entender melhor esses objetos.

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