Arma hipersônica americana cumpre objetivos em segundo teste de voo

Equipamento desenvolvido pela Raytheon Missiles & Defense e Northrop Grumman “demonstrou capacidades de alcance tático”
Por Rafael Arbulu, editado por Acsa Gomes 20/07/2022 10h51, atualizada em 21/07/2022 17h47
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Uma arma hipersônica em desenvolvimento pelas empresas Raytheon Missiles & Defense e Northrop Grumman foi aprovada em um segundo teste de voo onde, segundo as companhias, o equipamento “demonstrou capacidades de alcance tático” e “cumpriu todos os objetivos primários e secundários”.

Devido à natureza do projeto, destinado à Força Aérea dos Estados Unidos e à Agência de Projetos de Pesquisa em Defesa Avançada (DARPA), não foram oferecidos muitos detalhes: o comunicado das empresas contratadas não informa o local onde o teste foi realizado, nem seu horário, nem tampouco qual aeronave carregou o armamento até a altitude desejada.

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Ilustração mostra a HAWC, um conceito de arma supersônica que a Força Aérea norte-americana vem testando para fins militares
Ilustração mostra a HAWC, um conceito de arma supersônica que a Força Aérea norte-americana vem testando para fins militares (Imagem: Raytheon Missiles & Defense/Northrop Grumman/Reprodução)

Uma arma hipersônica é um conceito avançado de equipamento bélico, desenhado para voar a velocidades acima de 6,1 mil quilômetros por hora (km/h) – algo perto de seis vezes a velocidade do som. Segundo vários relatos na imprensa mundial, avanços na tecnologia feitos por Rússia e China forçaram os EUA a acelerarem o desenvolvimento de sua própria versão do armamento.

O  projeto, chamado “HAWC” (sigla para “Hypersonic Air-breathing Weapon Concept”), consiste de um míssil disparado já no ar, sendo antes carregado por uma aeronave equipada com um propulsor de foguetes. Quando a altitude e distância desejadas são atingidos pela aeronave, a arma é disparada.

Uma HAWC usa um tipo de motor conhecido como “scramjet”. Este tipo de motor comprime o ar que entra no sentido contrário à arma hipersônica, e este ar comprimido é o que faz o combustível interno entrar em combustão. A vantagem é que o scramjet não é nem grande, nem tampouco pesado, ocupando pouco espaço em um corpo mais leve, o que contribui para o aumento explosivo de sua velocidade.

Entretanto, apesar do sistema propulsor obviamente ser empregado em métodos de ataque, ele também pode servir para áreas defensivas: uma arma hipersônica é, teoricamente, tão rápida que consegue escapar de praticamente todos os radares, então novas tecnologias de detecção e interceptação podem usar o conceito HAWC para impedir ofensas imprevistas.

“Quase 20 anos de pesquisa e desenvolvimento finalmente trouxeram frutos para avançar significativamente as capacidades armadas de nossa nação”, disse Dan Olson, vice-presidente e gerente geral do programa de sistemas de armas da Northrop Grumman. “O segundo teste de voo é um grande passo para que a tecnologia scramjet esteja pronta para uso em missões oficiais”.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.