Onda de calor do Reino Unido é tão poderosa que derreteu asfalto de base aérea

Calor extremo provocado por máxima de temperatura na Europa também fechou data center do Google no país; termômetros marcaram mais de 40º C
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 21/07/2022 11h21, atualizada em 21/07/2022 11h38
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Imagem: Simon Vandamme/Shutterstock
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O governo britânico fechou temporariamente a base da Força Aérea de Brize Norton, perto de Londres, devido à onda de calor europeia que vem causando o que o Reino Unido chamou de “os dias mais quentes” registrados pela meteorologia local.

Segundo as informações divulgadas pelo jornal local de aviação Sky News, desde o último sábado (18), o calor na região da base aérea vem sendo tão alto que parte do asfalto na pista de pouso e decolagem dos aviões derreteu, forçando a brigada de incêndio a fechar a base e as aeronaves em voo serem redirecionadas.

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“Durante este período de temperaturas extremas, a segurança dos voos permanece a maior prioridade da RAF [“Força Aérea Real”], então as aeronaves estão usando aeroportos alternativos, conforme mandam planos de contingência há muito estabelecidos. Isso significa que não houve nenhuma redução nas operações da RAF”, disse um comunicado emitido pelo Ministério da Defesa, via Twitter.

A situação na base de Brize Norton, a maior do Reino Unido, não é exclusiva: em diversas partes da área metropolitana de Londres, outros veículos da imprensa local relataram a presença de técnicos, engenheiros e bombeiros – com alguns já afirmando que o calor, que já passou de 40º C e deve subir mais, transformou o asfalto das vias comuns em uma “bagunça borbulhante, pegajosa e perigosa”.

As autoridades ainda não relataram quais medidas de segurança estarão tomando nos próximos dias – ou mesmo se vão executar alguma ação do tipo, dando a entender que, por ora, as equipes técnicas estão apenas em observação.

Não é a primeira vez que uma onda de calor como essa destrói a asfaltagem e calçadas: em 2006, o governo do Reino Unido teve que jogar sal nas partes mais críticas a fim de desgrudar o material para, depois, promover o recapeamento.

Nem o Google escapou…

Não só as pessoas (e o chão, aparentemente) foram afetadas pela intensa onda de calor, mas também objetos eletrônicos de alta importância: segundo o Google informou, seus servidores “aeurope-west2” acabaram passando por arrefecimento, efetivamente tirando do ar vários serviços da Google Cloud no país.

Outra empresa de tecnologia afetada foi a Oracle: “Após temperaturas anormalmente elevadas na região sul do Reino Unido, duas unidades de refrigeração do centro de dados sofreram uma falha quando foram obrigadas a funcionar acima dos seus limites de design. Como resultado, as temperaturas no centro de dados começaram a subir, causando o encerramento de um subconjunto de infraestruturas do Compute”, diz nota divulgada pela empresa.

Segundo dados do Serviço de Gestão e Emergência de Copérnico, o continente está aquecendo mais depressa que outras partes do mundo, com temperaturas médias 2,2ºC acima dos níveis pré-industriais. Este nível de aquecimento está acima do limite de 1,5ºC que a comunidade global estipulou para reduzir o desequilíbrio causado pelo aquecimento global.

Em várias partes do continente, os satélites captaram imagens de fogos devastadores durante a onda de calor. Os bombeiros receberam diversos chamados de incêndios na Espanha, França, Grécia, Croácia e Portugal. Na Espanha, mais de 500 mortes foram registradas por conta das altas temperaturas.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.