Segundo a agência semioficial Tasnim, o Irã realizou seu primeiro pedido oficial de importação utilizando criptomoedas. Isso pode autorizar a República Islâmica a contornar as sanções dos Estados Unidos, que afetaram a economia.
O valor solicitado foi de US$ 10 milhões. Foi o primeiro passo para que o Irã faça negócios através de ativos digitais que envolvam o sistema financeiro global comandado pelo dólar e negocie também com outros países igualmente limitados pelas sanções dos EUA, como a Rússia.
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A agência semioficial Tasnim não revelou qual criptomoeda exata foi usada na transação do Irã. Um funcionário do Ministério da Indústria, Minas e Comércio afirmou no Twitter que, “até o final de setembro, o uso de criptomoedas e contratos inteligentes serão amplamente utilizados no comércio exterior com os países-alvo”.
Os EUA obrigam um embargo econômico quase total ao Irã, contendo a proibição de todas as importações, até dos setores petrolífero, bancário e marítimo do país.
Uma pesquisa realizada no ano passado revelou que 4,5% de toda a mineração de bitcoin estava ocorrendo no Irã, em parte como resultado da eletricidade barata do país. A atividade pode ajudar o Irã a ganhar centenas de milhões de dólares, que podem ser utilizados para comprar importações e reduzir o impacto das sanções.
É importante ressaltar que criptomoedas como bitcoin são super instáveis, tornando-as impraticáveis para pagamentos em larga escala.
Foi divulgado também um relatório que revive um acordo nuclear de 2015 da União Europeia com o Irã, depois de dias negociações indiretas entre autoridades norte-americanas e iranianas em Viena.

Com este acordo de 2015, o Irã limitou seu programa nuclear em troca de alívio das sanções dos EUA, UE e ONU. Porém, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, negou novamente o acordo nuclear em 2018 e restaurou as duras sanções dos EUA, levando Teerã a começar a violar os limites nucleares do acordo cerca de um ano depois.
Diversos países do mundo também estão aderindo às criptomoedas em suas transações, como, por exemplo, a República Centro-Africana (CAR), um dos países mais pobres do mundo. Ela foi o primeiro país africano a fazer sua própria moeda digital.
El Salvador, no ano passado, também aderiu ao bitcoin como moeda legal, embora o projeto tenha sido cercado pelo ceticismo público em meio à queda dos preços das criptomoedas.
Via: Reuters
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