Cidade Perdida no fundo do oceano pode estar ameaçada; entenda

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Acsa Gomes 25/08/2022 13h57, atualizada em 26/08/2022 17h44
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Uma cidade submarina localizada a 700 metros abaixo da superfície, a oeste da Cordilheira do Meio-Atlântico, é um ambiente que foge do padrão no que diz respeito ao abrigo de animais. Além da baixa concentração de gás oxigênio, há a presença de outros gases dissolvidos com concentração maior que o normal no local, como hidrogênio e metano. No entanto, tudo isso pode estar ameaçado pela mineração.

Há uma real preocupação com o local, uma vez que a Polônia anunciou a conquista do direito de minerar o mar profundo ao redor da Cidade Perdida. Essa situação pode causar um desequilíbrio no ambiente e levar à destruição, não intencional, da cidade. Alguns especialistas sugeriram que a Cidade Perdida seja listada como patrimônio mundial, para proteger essa maravilha natural que resistiu por dezenas de milhares de anos como uma força duradoura da vida.

Vida na cidade perdida

A configuração do local faz com a água da região atinja uma temperatura de 40ºC, um tanto quanto hostil para vida animal aquática. Entretanto, durante a exploração, os pesquisadores encontraram um ambiente repleto de vida, com vários caracóis e crustáceos, como caranguejos, camarões, ouriços-do-mar e enguias, vivendo por ali.

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Quando se pensa na origem da vida na Terra, logo aparecem alguns componentes que foram essenciais para que esse processo acontecesse, dentre eles, os hidrocarbonetos, estruturas formadas basicamente por hidrogênio e carbono. As explorações da cidade submarina detectaram uma grande quantidade desses elementos, que provavelmente não surgiram da reação com o gás carbônico ou com a luz solar.

Origem da vida na Terra

A partir dessa constatação, os cientistas acreditam que a vida no planeta tenha se originado em um ambiente semelhante a esse, em que reações químicas espontâneas no fundo do mar propiciaram a formação de hidrocarbonetos e, consequentemente, o surgimento da vida. Em 2018, o microbiologista William Brazelton, declarou que esta situação poderia estar acontecendo neste exato segundo em Encélado ou Europa, as luas de Saturno e Júpiter, ou em Marte, no passado.

Diferentemente do que se possa pensar a temperatura da água em torno da cidade perdida, não é oriunda do magma, e sim das reações químicas que liberam metano e hidrogênio. As suas aberturas de calcita são muito grandes, o que sugere que eles estão ativos há.

Vídeo: Cidade Perdida. Créditos: Open Ocean Exploration/Twitter

Via: Science Alert

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.