Um homem italiano de 36 anos é o primeiro no mundo a contrair, ao mesmo tempo, varíola dos macacos, Covid-19 e HIV. O caso foi relatado por cientistas da universidade de Catania, na Itália, e publicado no Journal of Infection. 

O diagnóstico ocorreu após o paciente retornar de uma viagem à Espanha. Ele contou ter tido relações sexuais com homens sem proteção e só descobriu que estava com o vírus do HIV durante sua internação por Covid e varíola dos macacos – não foi possível determinar quando ele contraiu o HIV; ele já tinha feito um teste para o vírus em setembro de 2021, que deu negativo. 

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Teste HIV. Imagem ilustrativa: PENpics Studio/Shutterstock

Dentre os sintomas relatados pelo paciente e pela equipe médica que o atendeu estavam dor de cabeça, dor de garganta, febre, fadiga e inchaço nos linfonodos (gânglios). “Na tarde do mesmo dia, uma erupção começou a se desenvolver em seu braço esquerdo”, acrescentaram os médicos, afirmando que as erupções (bolhas), características de varíola dos macacos, surgiram no rosto, nas mãos, nos pés e na região perianal. Durante o atendimento médico, com testagens, foi descoberta também a infecção por Covid – a sublinhagem BA.5.1 da Ômicron foi a identificada. 

O rapaz também já contraiu sífilis, em 2019, mas tratou a doença. Essa é, inclusive, a segunda vez que ele contrai coronavírus. Ele foi imunizado com as duas doses da vacina da Pfizer. 

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De acordo com os médicos, os sintomas da Covid e varíola dos macacos regrediram após cinco dias. O paciente passa bem, mas precisou se isolar por algum tempo, principalmente pelo fato de os exames continuarem positivos para os vírus

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“Note-se que o swab orofaríngeo da varíola dos macacos ainda foi positivo após 20 dias, sugerindo que esses indivíduos ainda podem ser contagiosos por vários dias após a remissão clínica”, disseram os cientistas no artigo. O homem foi liberado após o período determinado, ele também iniciou o tratamento para HIV. 

“Este caso destaca como os sintomas da varíola dos macacos e da COVID-19 podem se sobrepor e corrobora como em caso de coinfecção, a coleta anamnésica e os hábitos sexuais são cruciais para realizar o diagnóstico correto. As subvariantes SARS-CoV-2 BA.4 e BA.5 são atualmente responsáveis por mais de 1 milhão de casos de COVID-19 por dia em todo o mundo. Portanto, os médicos devem estar cientes da possibilidade de coinfecção por SARS-CoV-2 e vírus da varíola dos macacos, particularmente em indivíduos com histórico recente de viagens a áreas de surtos de varíola dos macacos”, concluíram. 

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Para os especialistas, o fato de o paciente ser imunossuprimido pode ter colaborado para a infecção simultânea. Porém, como apenas este caso foi relatado até o momento, não há “evidências suficientes que apoiem que essa combinação possa agravar a condição do paciente”. 

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