De acordo com uma pesquisa publicada na revista Information, Communication and Society, adolescentes que sofrem de carência monetária são mais propensos a se tornarem viciados em redes sociais como o Facebook, Instagram e WhatsApp.

No primeiro estudo semelhante, os resultados mostraram que existe uma ligação entre a desigualdade econômica e o uso desenfreado dos aplicativos de mídias sociais, assim como os apps de mensagens instantâneas. Essa situação se mostra pior dentro das escolas onde existem colegas de turma em níveis de riqueza e de pobreza numa mesma sala de aula, por exemplo.

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Os resultados dessa pesquisa foram embasados em mais de 179 mil alunos (exatos 179.049) de 40 países, sendo a maior parte da Europa e do Canadá. Com essa vasta gama de “repertório” na pesquisa, os resultados sugerem que são necessárias novas estratégias sobre como as crianças e os adolescentes devem utilizar as mídias sociais. 

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A pesquisa também mostra que os criadores de políticas internas das próprias plataformas digitais poderiam ajudar a limitar o comportamento prejudicial dos jovens, incluindo padrões negativos, como ser incapazes de reduzir o tempo de tela sozinhos ou mentir para amigos e familiares sobre o uso das redes sociais.

A escritora líder da pesquisa e professora associada em psicologia, Michela Lenzi da Universidade de Pádua na Itália, disse: “Estas descobertas indicam as influências potencialmente prejudiciais da desigualdade escolar e nacional, sobre o uso problemático das mídias sociais pelos adolescentes”.

redes sociais
(Sumaia Vilela / Agência Brasil)

“Como continuam fechando as brechas digitais em muitos países, as desigualdades econômicas persistem e continuam sendo um determinante social robusto da saúde e do bem-estar dos adolescentes. As escolas representam um cenário ideal para fomentar comportamentos online seguros e prosociais”, Michela explicou.

Muitos jovens mergulham nas redes sociais diariamente e tanto os benefícios para o bem-estar quanto os seus riscos estão bem documentados.

Os pesquisadores pediram às crianças que preenchessem questionários para que identificassem comportamentos de dependência ligados às redes sociais. Os formulários foram preenchidos de forma anônima enquanto eram supervisionados em sala de aula por um professor ou entrevistador treinado.

Um índice baseado em bens materiais em casa ou em atividades familiares foi usado para calcular as escalas de privação. Os itens incluíam o número de banheiros e quantas férias familiares fora do país no ano passado.

O uso problemático dessas plataformas ainda não é reconhecido formalmente como um vício comportamental, porém é considerado como um problema de saúde grave que afeta os jovens.

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