Graças aos avançados equipamentos de observação astronômica que temos ao nosso dispor, cientistas vem descobrindo, nos últimos anos, diversos exoplanetas, ou seja, planetas fora do sistema solar. Em 2022, equipes de astrônomos que trabalham com o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, encontraram uma série desses planetas situados nas chamadas ‘zonas habitáveis’, onde há condições para a existência de água líquida. Dentre estes estão os que chamamos de”superterra”, maior que os planetas rochosos, como nós, mas menor do que gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno.

Um deles é 30% maior que a Terra e orbita sua estrela em menos de três dias. Outro exoplaneta é 70% maior que nosso mundo e potencialmente possui um oceano profundo. Ambos são classificados como “superterra”.

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Visto que a Terra ainda é o único lugar do universo que sabidamente abriga a vida, os astrônomos naturalmente direcionam sua busca por seres vivos a exoplanetas com propriedades próximas às do nosso, os chamados ‘clones’. Entretanto, pesquisas recentes mostram que as chances de encontrarmos vida são bem maiores se a buscarmos nessas “Terras gigantes”.

Muitos exoplanetas, poucas “superterras”

A maioria das “superterras” orbitam estrelas anãs frias, que são mais leves e longevas que o Sol. Para cada estrela como a nossa, há centenas de anãs frias, e astrônomos descobriram que 40% das observadas até agora eram orbitadas por esse tipo de planetas.

Com base em estimativas recentes, as “superterras” correspondem a cerca de um terço de todos os exoplanetas e o tipo mais abundante de exoplaneta em nossa galáxia. A mais próxima fica a apenas seis anos-luz de nós.

Outro fator que faz das “superterras” alvos perfeitos em nossa busca por vida é que elas são muito mais fáceis de se detectar e estudar que exoplanetas clones. Os astrônomos usam dois métodos para encontrá-las: o primeiro busca o efeito gravitacional que o planeta exerce sobre sua estrela, enquanto o outro tenta reconhecer a diminuição do brilho da estrela conforme o planeta passa na frente dela. Ambos os métodos são consideravelmente facilitados quando se trata de um corpo celeste maior.

Esquema comparativo que mostra a Terra à esquerda, um planeta do tipo super Terra ao centro e, à direita, o planeta Netuno. Crédito: Creative Commons.

Propícias para a vida

Para a surpresa de muitos, a Terra não é exatamente o melhor dos planetas quando o assunto é abrigar a vida. Devido à sua atividade tectônica e às oscilações no brilho do Sol, nosso mundo já presenciou variações dramáticas em seu clima, desde um frio glacial até um calor capaz de evaporar oceanos. De fato, por pelo menos 4,5 bilhões de anos de sua história, a Terra foi um ambiente inóspito para criaturas de grande porte.

Pesquisadores criaram uma lista de atributos que tornam um planeta propício ao florescimento da vida. As chances são maiores em planetas grandes devido a eles geralmente serem mais ativos geologicamente, uma característica que os cientistas acreditam promover a evolução biológica.

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Segundo suas estimativas, o planeta com as melhores condições teria o dobro da massa da Terra e um volume de 20 a 30% maior. Também teria uma temperatura média de 25ºC, uma atmosfera mais grossa que a nossa, assim como oceanos rasos o suficiente para que a luz de sua estrela mais próxima pudesse estimular a vida até no fundo do mar. Por último, apresentaria um forte campo magnético que o protegeria de uma exposição excessiva à radiação cósmica.

Até o momento, a comunidade científica encontrou duas dúzias de exoplanetas do tipo super Terra que são teoricamente mais habitáveis que a Terra.

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