Em entrevista para o portal Propmark, Tim Ash, especialista em psicologia evolutiva e marketing digital, defende que precisamos aprender a persuadir pessoas, entendendo o que todos os cérebros têm em comum, propondo assim uma dinâmica de que ‘para se destacar no mercado, é preciso entender mais de psicologia evolutiva do que de tecnologia de ponta’.
Traçando um paralelo entre as conclusões propostas por Ash, e a urgência no entendimento sobre como posicionar imagem e construir reputação na contemporaneidade, empresas e executivos estão debruçados na missão de agir de forma estratégica na busca por posicionamento de mercado, trânsito social, acessos potenciais, credibilidade, voz ativa e influência.
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Crescente e muitas vezes até cansado, o termo branding invadiu os portfólios de mercadólogos, publicitários e relações-públicas, preenchendo uma demanda emergente quando falamos sobre mercados competitivos. São inúmeras as estratégias de branding – ou gestão de marca -, vendidas como fórmulas de sucesso e diferenciação, desconsiderando especificidades e particularidades que vão do contexto político a fatores sócio-histórico e culturais.
Fato é: quem não é visto, não é lembrado. No entanto, o relevante ponto até aqui está na estratégia para ser visto(a) da forma como queremos ser lembrados, e não somente no estar sob o olhar para parecer algo sem consistência. Sacou?! E mais! Isso ainda sem falarmos na diferenciação que traz a pitada de charme necessária às marcas e pessoas mais interessantes que por ‘algum motivo’ deixam as suas boas lembranças por onde passam.
Posicionar marcas, além de ser um trabalho complexo e imersivo, é também de longo prazo. Enquanto a imagem é momentânea, pontual e individual, a reputação abarca a percepção contínua e coletiva, resultado de um processo estruturado e extenso de práticas e experiências que validam aquela notoriedade.
Se falarmos especificamente sobre a reputação de executivos, precisamos partir de alguns pontos essenciais no processo: histórico social; contextos culturais; desenvolvimento educacional; trânsito profissional; posicionamentos sociopolíticos; imagem percebida e imagem projetada. É impossível planejar estrategicamente a construção de uma reputação sólida, negligenciando as origens dos comportamentos e as reações a esses estímulos.
Ao falarmos de pessoas, precisamos entender e envolver o todo para que assim exista verdade nas etapas e transformação no processo, sob pena de – em médio prazo – começarem a surgir incoerências entre discursos e práticas, ocasionando frustrações, paradoxos e crises difíceis de administrar.
Falando de mim. Quando trabalho diretamente com a imagem de executivos e profissionais, o meu envolvimento inicial está no ganho de confiança. É preciso que existam trocas entre os profissionais para que o ambiente se torne acolhedor às fraquezas, frustrações, expectativas e conquistas. Uma vez consolidado, é o momento de atuar como facilitador nas percepções de mudanças e descobertas e não como um especialista em técnicas de sucesso. Quando o/a profissional reflete sobre os pontos que precisam de ajustes e percebe os ganhos potenciais, o campo está pronto para ser trabalhado. É aí onde começo a mergulhar nos detalhes que encantam.
Sejam organizações ou pessoas, as etapas que envolvem a manutenção de uma reputação necessitam de sensibilidade. Neste ponto então eu retomo a conclusão de Tim Ash e concordo com ele: é preciso entender muito mais sobre as pessoas do que sobre os avanços tecnológicos.
Rodrigo Almeida é Relações Públicas; Mestre em Gestão e Tecnologia; Diretor da agência CRIATIVOS
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