Mistura de SUV e picape, a Citroën lançou seu novo conceito de veículo elétrico, o Oli (pronunciado all-ë), inspirado no também inovador Ami.

Chamado pela montadora de “laboratório sobre rodas”, o elétrico destaca-se ainda pelo seu interior simplista, apelando para os modelos de décadas passadas e tentando levar apenas o que o consumidor quer e precisa ter em um veículo, de acordo com sua concepção.

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E o Oli é verdadeiramente futurista. Não só por suas linhas ousadas e novo conceito elétrico (detalhes abaixo), mas porque é o primeiro carro da Citroën a levar o novo logotipo da montadora, que remete ao original criado por seu fundador, André Citroën.

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O veículo tem 1000 kg e possui autonomia de 400 km com bateria de 40 kWh. Sua velocidade máxima, segundo a montadora, é de 110 km/h para eficiência máxima e consumo de 10 kWh/100 km. A Citroën afirma ainda que o Oli é recarregável de 20% a 80% em apenas 23 minutos.

O Oli também tem como marca os painéis de teto e o piso de sua caçamba, que suportam o peso de uma pessoa. As rodas são híbridas exclusivas de aço/alumínio calçadas com pneus conceituais Goodyear Eagle GO, sustentáveis e inteligentes.

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Citroën Oli
Oli é espécie de SUV mesclado com picape (Imagem: Divulgação/Citroën)

Interior

Seu interior é no estilo “prancha”, possui projetor HMI Smartband e sistema de entretenimento do tipo “traga seu próprio dispositivo”. O painel, que possui muito menos peças do que um hatch comum, vem com trilho eletrificado para conexão de diversos acessórios via USB.

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O sistema Smartband permite que as informações e apps do smartphone se misturem aos dados do veículo, como velocidade e nível de carga. As informações são dispostas em toda a largura da borda inferior do para-brisa.

“Como um smartphone tem mais poder de computação do que muitos veículos, decidimos adotar uma abordagem diferente para o ‘infotenimento’,” indica Pierre Sabas, chefe de Advanced Design e Concept Vehicles da Citroën.

Citroën Oli
Interior do Oli é minimalista e possui materiais reciclados (Imagem: Divulgação/Citroën)

“Todos nós levamos nossos telefones conosco e usamos aplicativos para navegação e entretenimento, por isso vimos uma chance de economizar despesas, evitar duplicação e reduzir o peso dos sistemas integrados. Basta trazer seu próprio aparelho e conectá-lo.”

Destaque também para o sistema de áudio, que economiza 250 g ao permitir a instalação de alto-falantes cilíndricos nas extremidades da “prancha”, que são ocas.

No volante, há um interessante joystick de gamepad modular profissional. A coluna de direção também incorpora um seletor de marchas giratório para o controle automático da transmissão do veículo, acoplado ao botão do start stop, enquanto hastes menores comandam as luzes e os indicadores do veículo.

Ainda no interior, o piso é lavável e possui materiais leves e recicláveis. O modelo foi verdadeiramente pensado em economia e reciclagem, com bancos utilizando estruturas simples e com 80% menos peças que um banco convencional. Eles também são feitos com material reciclado e encostos concebidos em formato de tela no estilo escritório e impressos por impressora 3D.

Os passageiros do banco traseiro podem usar a estrutura tubular aparente do encosto para fixar acessórios – por exemplo, um pequeno tablet ligado a uma entrada USB, ganchos para pendurar sacolas, um suporte para copos, uma rede para revistas como nos aviões, ou ainda uma pequena bandeja para o lanche das crianças.

Citroën Oli
Modelo é o primeiro da marca a vir com o novo logotipo (Imagem: Divulgação/Citroën)

Outra novidade do Oli é que, segundo a Citroën, o elétrico pode ser reformado, renovado e reparado com peças recicladas, pensado para ter vários proprietários sucessivos.

“O Oli é uma plataforma de trabalho para explorar ideias engenhosas e realistas para uma produção futura”, afirma Laurence Hansen, diretora de Produto e Estratégia da Citroën.

“Em última análise, mais do que uma escolha de veículo, o Oli é uma escolha de estilo de vida. Você pode optar por pagar pelos equipamentos mais recentes e a inteligência artificial, que você só utiliza durante 2% do seu tempo de condução, ou você pode se perguntar ‘qual é a coisa mais responsável a fazer e de quanto disso realmente preciso?'”, diz Hansen.

Potencial elétrico

Na parte elétrica, o Oli tem potencial de fazer mais. Ele possui a função V2L (Vehicle to Load). Com sua bateria de 40 kWh e potência de tomada de 3,6 kW (o equivalente a tomada doméstica de 230 V e 16 A), o Oli pode, teoricamente, abastecer um dispositivo elétrico de 3000 W por cerca de 12 horas.

“É perfeito para quem foi nadar ou se molhou na chuva e precisa secar o cabelo,” diz Anne Laliron, diretora de Produtos Avançados e Soluções de Mobilidade da Citroën. “Há energia para um secador de cabelo e ainda há a possibilidade de desfrutar de uma bebida quente ou fresca conectando uma mini geladeira ou uma cafeteira e, ao anoitecer, você ainda pode ligar o grill e acender as luzes para o jantar.”

Citroën Oli
Elétrico tem autonomia de até 400 km e carrega de 20% a 80% em 23 minutos (Imagem: Divulgação/Citroën)

Estrutura externa

As linhas ousadas do Oli o fazem se assemelhar a um SUV compacto, com 4,2 m de comprimento, 1,65 m de altura e 1,9 m de largura. “Não temos receio de mostrar como o veículo é montado, por isso, estruturas, parafusos e dobradiças ficam aparentes”, afirma Pierre Leclercq, diretor de design da montadora.

Leclerq estudou desenho industrial antes de criar veículos, o que o influenciou na hora de desenhar o Oli. “No curso de desenho industrial, os professores dizem ‘não venha me dizer que é bonito, tem que ser funcional’. Assim, quando decidimos fazer o Oli, nos certificamos que a forma seguiria a função, como deve ser com tudo, desde eletrodomésticos até utilitários.  A maneira como o exterior de um veículo evolui é baseada na arquitetura interior – isso é muito importante, pois não se pode apenas ser ‘sexy’ do lado de fora sem compreender a experiência que queremos que as pessoas tenham do lado de dentro”, afirma.

O capô, o teto e os painéis do piso da caçamba são feitos de papelão ondulado reciclado, formando estrutura alveolar em sanduíche entre painéis de reforço com fibra de vidro.

Citroën Oli
Rodas são híbridas exclusivas de aço/alumínio calçadas com pneus conceituais Goodyear Eagle GO (Imagem: Divulgação/Citroën)

Foram desenvolvidos em parceria com a BASF, possuem revestimento de resina de poliuretano Elastoflex e recobertos com camada protetora resistente e texturizada chamada Elastocoat, comumente utilizada em deques de estacionamento e em rampas de carga. Seu peso é 50% inferior às estruturas tradicionais.

Dessa forma, o Oli é capaz de suportar uma pessoa para outras tarefas, como podar uma árvore, armar uma tenda etc. Sobre o para-brisas, sua estrutura reta ajuda a diminuir o consumo de bateria para alimentar o ar-condicionado em até 17%.

“Pode-se argumentar que um para-brisas vertical é menos aerodinâmico, mas um veículo desse tipo não é projetado para ser conduzido a 200 km/h. Ele é mais útil em áreas urbanas e suburbanas, onde as pessoas diminuem a velocidade e têm consciência dos aspectos ambientais e de segurança relacionados à mobilidade cotidiana. É por isso que limitamos a velocidade máxima do Oli a 110km/h,” explica Sabas.

Caçamba

Assim como a maioria de seus itens, a parte da carga do Oli é diferente. Seu conceito é o de um inusitado piso da caçamba com porta-malas embaixo.

Assim, segundo a montadora, na hora de levar para casa móveis recém-comprados em suas embalagens planas ou transportar pranchas de stand-up e uma barraca de teto dobrável para um fim de semana na praia, basta colocar tudo no espaço da caçamba e no porta-malas.

Ainda não há previsão de início das vendas e nem de seu preço.

Imagem destacada: Divulgação/Citroën

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