Um estudo publicado na revista Nature tentou desvendar uma pequena parte da pouco conhecida história dos pterossauros. Os pesquisadores, ao reanalisarem um esconderijo de fósseis, descobriram que os primeiros parentes dos pterossauros começaram a correr antes de voar.

Nesse exame, a equipe liderada pelo paleontólogo David Foffa, da Virginia Tech, averiguou vários blocos de arenito escavados na virada do século XX, em uma pedreira no norte da Escócia. Esses densos pedaços de rocha sepultam os restos de crocodilos ancestrais, os primeiros dinossauros e lagartos do final do Período Triássico, que ocorreu há 237 milhões de anos.

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No meio dessa busca, os pesquisadores encontraram um fóssil de Scleromochlus, um réptil esbelto que caberia na palma da mão. Descoberto no início de 1900, Scleromochlus deixou os paleontólogos perplexos. Os ossos desses animais são muito difíceis de serem encontrados e consequentemente estudados, pois desapareceram há muito tempo e deixaram apenas cápsulas de arenito vazias.

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Em vez de utilizar essas cápsulas como molde, da mesma forma que fazem outros cientistas, o Dr. Foffa e sua equipe reconstruíram o esqueleto do Scleromochlus digitalmente em três dimensões. Após um exame mais aprofundado, foram identificadas várias características compartilhadas entre esse animal e o lagerpetids, um grupo de pequenos répteis que corriam ao redor da Pangea durante o Período Triássico.

Teorias atuais sobre os pterossauros podem cair

O paleontólogo Stephen Brusatte, da Universidade de Edimburgo e um dos coautores do Dr. Foffa, destacou que os lagerpetídeos parecem ter sido criaturas ágeis e bípedes que lembram dinossauros minúsculos. Além disso, ele ressalta que sua anatomia revela uma afinidade muito próxima com os pterossauros.

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Se for confirmado que os Scleromochlus são parentes dos pterossauros, algumas teorias ecoadas há décadas sobre os primeiros pterossauros viverem em árvores, saltarem ou planarem, podem ser derrubadas. Os Scleromochlus não tinham os quadris robustos de um animal saltitante como um sapo, mas tinham pernas longas e braços curtos, segundo um dos cientistas envolvidos no estudo.

Como eles tinham pernas longas e corriam atrás de possíveis presas, isso deixou seus antebraços livres, preparando o terreno para que esses membros cumprissem outras funções. Entretanto, o Dr. Foffa enfatizou que mais evidências fósseis são necessárias para conectar Scleromochlus com os primeiros pterossauros verdadeiros.

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