Níveis “inaceitáveis” de contaminação radioativa foram encontrados em uma escola primária na cidade de Saint Louis, no estado do Missouri (EUA), segundo um relatório de Cientistas da Boston Chemical Data Corporation. Tudo indica que essa contaminação remonta o período do Projeto Manhattan, quando os Estados Unidos estavam desenvolvendo armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa ocasião, o país criou boa parte de seu arsenal atômico.

A escola afetada pelos elementos radioativos faz fronteira com o Riacho Coldwater, amplamente conhecido pelos altos níveis de resíduos radioativos. O autor do relatório, Marco Kaltofen, declarou à CNN que esses resíduos são oriundos do distrito de engenharia que abrigava o Projeto Manhattan.

publicidade

Leia mais:

De acordo com Kaltofen, “muitas propriedades nessa área são testadas com alguma regularidade, […] quando [o rio] Coldwater Creek inunda suas margens, parte desse material radioativo é depositado em terras vizinhas, como a escola.”

publicidade

O relatório aponta para uma contaminação radioativa de altos níveis de tório-230. Esse elemento “emite radiação alfa altamente prejudicial”. Além disso, outros isótopos radioativos, como o chumbo-210, foram encontrados até 22 vezes mais altos do que a radiação de fundo esperada. O documento classifica esses níveis como “inaceitáveis”.

Cabe destacar que o envenenamento por chumbo é extremamente perigoso para os seres humanos, especialmente para as crianças. Esse elemento pode afetar severamente o desenvolvimento de uma criança. A radiação também traz sérios prejuízos para a saúde, diversas entidades vinculadas ao tratamento e pesquisa sobre câncer alertaram para a influência de altos níveis de radiação no desenvolvimento do câncer.

publicidade

Corpo de Engenheiros alega que a escola está segura da radiação

Mesmo antes da publicação do relatório, em dezembro, os moradores de Saint Louis expressaram frustração com o adiamento, para 2018, da data de conclusão do projeto de limpeza do rio conduzido pelo Corpo de Engenheiros do Exército.

O caso chegou ao campo judicial, segundo uma ação movida nessa esfera, o Corpo de Engenheiros havia alertado para uma possível contaminação na escola, no início de 2022, porém, não realizou coleta de amostras do local. Além disso, há indícios de que o Corpo “minimizou a contaminação”. Os serviços da Boston Chemical foram contratados de forma independente pelos próprios moradores da comunidade diante da desconfiança gerada pelas descobertas dos engenheiros.

publicidade

Mesmo com os dados levantados pelo relatório sobre a alta radiação, o Corpo de engenheiros está inflexível. Ele alega que a escola está segura. Philip Moser, gerente do programa de limpeza da Corporação em Saint Louis, disse em entrevista que ficou “horrorizado” com o relatório independente. Ele apontou que há incongruências nos resultados. “Não é consistente com a maneira como devemos fazer negócios. Eu já tenho perguntas sobre as conclusões”, disse.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!