“Parasita”, o filme dirigido pelo sul-coreano Bong Joon-ho, venceu o Oscar de Melhor Filme em 2020, ao contar a história de duas famílias de classes sociais bem distintas. Os membros da família pobre passam a se infiltrar em meio à família rica, com foco nas interações entre eles e consequências deste encontro.

Agora, em entrevista ao The Hollywood Reporter, Bong Joon-ho revelou um momento de sua vida que inspirou a premissa do filme. Não, ele não morou escondido na casa de ninguém, e nem o contrário aconteceu, mas o momento é bastante relevante para a história do longa.

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Bong Joo-ho, diretor de “Parasita”. Imagem: Denis Makarenko/Shutterstock

Bong Joon-ho contou que, quando tinha cerca de 20 anos, conseguiu um emprego como tutor de um garoto, filho de uma família rica em Seul, na Coreia do Sul.

O garoto morava em uma mansão que trazia muitos contrastes com a própria vida de Bong na época, cuja família não vivia em situação confortável. Ele conseguiu o trabalho graças à indicação de sua namorada (que hoje é sua esposa), que trabalhava como tutora de inglês do mesmo garoto.

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“Eles queriam outro tutor para matemática, então ela me apresentou como um amigo confiável, mesmo que eu fosse realmente muito ruim em matemática”, explicou Bong Joon-ho ao THR. “É assim que funciona com esses trabalhos. Não é como se eles publicassem muitos anúncios procurando ajuda doméstica – você é apresentado.”

Esta passagem da própria história do diretor certamente vai soar familiar para aqueles que assistiram “Parasita”. Afinal, é justamente como as vidas duas famílias da história acabaram colidindo. Apesar de viverem em situações econômicas – e mundos – bem distantes, Kim Ki-woo (Choi Woo-sik), um jovem de 20 e poucos anos, consegue um trabalho como tutor de inglês para a filha de uma família rica.

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A partir disto, toda a família de Kim, um a um, entra para a mansão com diferentes funções, mas fingindo que não se conhecem. “Essa ideia de uma família pobre se infiltrando na vida de uma rica, é onde eu me aprofundei,” contou Bong Joon-ho.

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Ele acrescentou que, apesar de muitos críticos interpretarem o filme como uma crítica contundente ao capitalismo e à desigualdade de renda, suas ideias intelectuais para o projeto vieram muito mais tarde em seu processo. “Era mais como colocar esses personagens juntos em um ambiente muito controlado e depois assistir às reações químicas se desenrolarem,” explicou o diretor.

“Parasita” foi o primeiro filme sul-coreano a ser indicado ao Oscar, e também a vencer o prêmio. O filme ganhou quatro estatuetas na principal premiação do cinema: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Internacional.

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