“Como um remédio sabe qual parte do corpo está doendo?”, essa pergunta já viralizou nas redes sociais, intriga os internautas e até gerou alguns memes. Mas vamos trazer a resposta nesse artigo.

Antes de mais nada, é importante reforçar que todos os remédios possuem um princípio ativo, que passa por todo sistema circulatório, e essa substância pode produzir o resultado desejado, por exemplo, amenizar os sintomas ou até mesmo curar uma doença.

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Como funciona?

Ao tomar qualquer remédio, ele vai direto para o estômago, seja ele em comprimido ou líquido. No caso das pílulas, elas vão para o estômago e se decompõem, como se fossem colocadas na água e se dissolvessem. Após esse processo, com a droga no organismo, ela entra no intestino na forma de moléculas ainda menores para serem absorvidas.

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Em seguida, o remédio vai para o fígado, onde ocorre o processo de metabolização. Existem enzimas dentro das células do fígado que ativam ou desativam essas moléculas, neste caso o medicamento que tomamos, e no final, todo remédio que ingerimos vai parar em nosso sistema circulatório.

“Como o medicamento vai para o sangue, ele vai passar por todos os tecidos do nosso organismo. E terá efeito no tecido que tem o receptor ou a enzima específica para ele”, explica Patrícia Moriel, farmacêutica e professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em conversa com o UOL.

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O que isso quer dizer? Que um medicamento ingerido pode atuar em todo seu organismo ao mesmo tempo. Ou seja, caso você tomar um remédio para vômito e sentir sono, na teoria, ambos sintomas não estariam relacionados, porém, como ele age em diferentes pontos do corpo, acabamos sentido o chamado efeito colateral.

Por causa disso, diversos cientistas continuam no desafio da busca incessante por drogas que operem apenas nas adversidades e dores específicas, sem afetar outras células no processo.

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remédios
Imagem: Pill (iStock)

“Tem-se buscado muitos medicamentos que só atuem nas células do câncer, porque quando as pessoas tomam quimioterápicos, eles matam não só as células do câncer mas também outras células normais, porque a gente ainda não tem essa especificidade medicamentosa”, diz Moriel.

Alguns remédios já exercem influência apenas em células específicas e não em todo tecido do corpo, e dessa forma, a probabilidade de efeitos colaterais é bem menor, porém ainda são poucos os casos.

“É como se fosse uma chave e fechadura”, diz a especialista. “Cada célula tem a sua fechadura, e o medicamento atua sendo uma chave, que só entrará na célula que tiver a fechadura adequada para a chave dele”.

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