Na última terça-feira (25), os moradores da cidade de São Francisco, na Califórnia (Estados Unidos), que possuíam um celular com sistema Android, receberam um alerta do Google que avisava que um terremoto de magnitude 4,8 estava prestes a acontecer. Mais de um milhão de usuários do Android viram o alerta “Você pode ter sentido tremores” e, para algumas pessoas, ele chegou segundos antes do solo começar a sacudir.

De acordo com Marc Stogaitis, líder do projeto Android Earthquake Alerts System (Sistema de Alertas de Terremotos Android), esta não foi a primeira vez que dispositivos com esse sistema recebem esses alertas, mas como a baía de São Francisco é muito povoada, o alerta chegou em celular o suficiente para que a população geral notasse.

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Historicamente, os terremotos acontecem sem aviso prévio e pegam as pessoas totalmente desprevenidas. Alertas assim tendem a eliminar um pouco a imprevisibilidade dos terremotos, mesmo que a distância entre o aviso e o acontecimento seja de segundos.

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Robert de Groot, um integrante da equipe de operações do ShakeAlert, disse: “Uma das coisas que estamos tentando fazer é construir uma indústria de aviso prévio de terremotos”. O ShakeAlert é um projeto do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) que identifica os primeiros sinais de um terremoto. “Estamos fazendo coisas que realmente nunca pensamos”, concluiu.

A tecnologia não consegue prever de fato os terremotos ainda, assim como ninguém pode, e o próprio USGS afirmou que não espera aprender a prever esse evento natural em um futuro próximo. Porém, o sistema em vigor detecta os movimentos antes do que as pessoas geralmente costumam sentir. Essa é a forma que os especialistas esperam que um dia os alertas sejam enviados cada vez mais rápidos, oferecendo mais tempo para as pessoas se protegerem.

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Veja como funciona o alerta de terremotos do Google

Quando um terremoto acontece, ele mesmo envia ondas sísmicas suaves através do solo, conhecidas como ondas P. Nem todos sentem esses movimentos mais leves, mas uma rede de 1.300 sensores do USGS consegue detectar. Assim que 4 destes sensores são acionados juntos, emitem um aviso para o centro de processamento de dados e, se os dados atenderem aos critérios certos, o ShakeAlert indica que ondas S mais fortes podem chegar.

Depois que esse processo acontece, sistemas de alerta, como o do Google, ou agências governamentais, como a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, e sistemas de trânsito leem os dados e emitem alertas.

Essas ondas S se movem muito rápido, ou seja, quanto mais perto uma pessoa estiver do terremoto, menor vai ser a chance de receber um alerta antes de sentir o tremor. Os sensores USGS são estrategicamente colocados na Costa Oeste. Robert de Groot revelou que haverá um total de 1.675 sensores até 2025.

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