Conhecido também como derrame cerebral, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando os vasos que levam sangue para o cérebro entopem (AVC isquêmico) ou se rompem (AVC hemorrágico), provocando paralisia da área que ficou sem circulação sanguínea. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 100 mil pessoas morrem por ano no Brasil vítimas da reação cerebral.  

Mesmo com os altos números, que classifica o AVC como uma das causas mais frequentes de morte na população brasileira, muitas pessoas ainda não sabem identificar os sinais que indicam um AVC. No próximo sábado (29), último de outubro, é o Dia Mundial do Combate ao AVC, a data é usada justamente para a divulgação desse tipo de informação e realização de campanhas de conscientização e prevenção ao acidente.

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“O corpo dá sinais de que algo não vai bem, então é possível identificar a doença nos momentos iniciais e buscar atendimento médico com urgência. Quanto mais rápido for a descoberta e o tratamento, maiores as chances de sobrevivência e de recuperação completa, sem sequelas”, afirma o neurologista João Carlos Lobato, que atua na Clínica Censo, referência na saúde do trabalhador no município de Parauapebas (PA). 

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Como saber se estou tendo um AVC? 

Entre os principais sinais de alerta de que um Acidente Vascular Cerebral está ocorrendo estão: 

  • Fraqueza, dormência ou formigamento em um lado do corpo ou em partes específicas, como face, pernas ou braço;  
  • Confusão mental;  
  • Sorriso torto e dificuldade para engolir;  
  • Dificuldade de falar ou compreender o que os outros falam;  
  • Alteração na visão (em um ou nos dois olhos);  
  • Tontura, desequilíbrio ou dificuldade de se movimentar;  
  • Dor de cabeça muito forte, súbita, e acompanhada de vômitos. 
Imagem: shutterstock

O que causa um episódio de AVC? 

O neurologista explica que existem vários fatores que aumentam as chances de uma pessoa sofrer AVC. Os principais são colesterol alto, hipertensão, diabetes, sobrepeso, tabagismo, uso excessivo de álcool, ser idoso, sedentarismo, uso de drogas, histórico na família e ser homem – embora alguns estudos também já tenham apontado maior incidência nas mulheres. 

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Uma pesquisa publicada na revista Nature Communications, inclusive, apontou diferenças do AVC entre homens e mulheres, incluindo nos sintomas, e o motivo de elas serem mais suscetíveis (e de forma mais grave). Veja detalhes do estudo aqui

“Alguns desses fatores não podem ser mudados, outros dependem dos hábitos da pessoa, e são esses que precisam ser modificados para aumentar as chances de não ter a doença”, pontua o especialista. 

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Dr. Lobato ainda acrescentou que “é orientação geral para evitar AVC e outras doenças crônicas como câncer e diabetes não fumar, não consumir bebidas alcoólicas, ter uma alimentação saudável, manter o peso ideal e a pressão sob controle, além de ingerir bastante água.” 

Como socorrer uma pessoa com AVC?

Segundo a Cirurgiã Vascular e diretora Técnica da UPA Zona Leste de Santos, Gisele Abud Nicolau, “o tempo é um fator essencial para a recuperação do paciente”. Por isso, é importante que pessoas ao redor também saibam como identificar os sinais e deem o suporte necessário.“Quanto mais tempo essa condição permanece, mais graves são as sequelas, que podem afetar a fala, movimentos e a compreensão.”

Assim, para este ano, a Organização Mundial do AVC tem como foco da campanha as vidas que podem ser salvas a partir da conscientização sobre os sinais da doença. De acordo com a chamada ‘Escala SAMU’, são quatro passos simples para auxiliar na identificação de alguns sinais do acidente vascular, antes que os prejuízos ocorram. Essas etapas são baseadas no método SAMU, sigla de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e iniciais de quatro palavras que podem salvar vidas:

Sorriso — peça para a pessoa dar um sorriso e veja se um dos lados do rosto está paralisado ou torto;

Abraço — peça para a pessoa dar um abraço e perceba se ela consegue levantar seu braço, caso contrário, ela perdeu a capacidade motora;

Mensagem — peça para a pessoa repetir uma frase ou mensagem e escute se a verbalização está alterada;

Urgente — caso o indivíduo não consiga realizar uma ou mais das ações, vá urgentemente a um pronto atendimento, pois pode ser sinal de AVC.

“Os tratamentos são altamente resolutivos quando aplicados nas primeiras horas após o surgimento dos sinais indicados. Quanto mais rápido o paciente for encaminhado ao hospital com seu diagnóstico, mais rápida será sua recuperação, com baixo índice de sequelas”, enfatiza a médica.

Vale destacar que o AVC é uma emergência médica. As orientações acima podem ajudar até a chegada do atendimento especializado. Se achar que você ou outra pessoa está tendo um derrame, é imprescindível dirigir-se com urgência ao serviço de emergência do hospital mais próximo para diagnóstico e tratamento. 

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