Como asteroide foi detectado de última hora no Canadá?

A detecção do 2022 WJ1 foi feita pelo Observatório Mount Lemmon, que após relatar a presença do objeto continuou a monitorá-lo
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 25/11/2022 18h13
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Imagem: Um timelapse da bola de fogo WJ1 de 2022 atravessando o céu de Ontário. Créditos: Grupo de Meteoros Ocidentais
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No último sábado (19), astrônomos conseguiram visualizar o asteroide 2022 WJ1, no Canadá, antes que ele batesse na Terra. Uma rede de telescópios e cientistas foi mobilizada para calcular com precisão quando e onde no globo o objeto cairia. Felizmente, o 2022 WJ1 era pequeno demais para causar danos sérios, mas sua detecção mostra que as técnicas de monitoramento de asteroides do mundo estão mais acuradas, o que aumenta as chances de proteção da Terra contra rochas espaciais maiores.

Esse tipo de detecção é especialmente importante, principalmente quando o entorno do planeta está cheio de asteroides. Até agora, os cientistas catalogaram mais de 30.500 deles. Os pesquisadores estão confiantes de que foram encontrados quase todos aqueles que são grandes o suficiente para representar algum risco. Por enquanto, nenhum deles chegará perto o suficiente no próximo século para ser uma ameaça.

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A detecção do 2022 WJ1 foi feita pelo Observatório Mount Lemmon, que continuou a monitorar o objeto e tirou quatro fotos que permitiram aos astrônomos confirmar a detecção, e relatá-lo ao IAU Minor Planet Center. A partir dessas quatro imagens, foi possível calcular a trajetória do asteroide pelo céu. As frequentes observações de acompanhamento permitiram que os cientistas refinassem as medições, mostrando tempo e localização.

Com cerca de um metro de diâmetro, quando entrou na atmosfera da Terra, esse foi o primeiro meteoro previsto para cair sobre uma área densamente povoada. Conforme o tempo foi passando, o tamanho do objeto foi diminuindo e se transformou em pedaços menores, que caíram principalmente no Lago Ontário. Agora, os cientistas esperam recuperar alguns desses detritos para estudar mais o asteroide.

Créditos: Paul Wiegert/YouTube

Desenvolvimento tecnológico e a detecção de rochas espaciais

Esse foi o sexto evento do tipo já registrado. A detecção do 2022 WJ1 e a coordenação global que o rastreou mostram o quão sensível é a tecnologia e o quanto ela cresceu e favoreceu a compreensão humana sobre rochas espaciais

De acordo com o astrônomo e físico Peter Brown, da Universidade de Western Ontario, “este evento notável fornecerá pistas sobre a composição e a força que, quando combinadas com medições telescópicas, informaram nossa compreensão de como pequenos asteroides se quebram na atmosfera, conhecimento importante para a defesa planetária”.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.