Polvos conseguem passar em testes para crianças

A expectativa é de que os cientistas consigam determinar se de fato os polvos podem fazer planejamentos a longo prazo
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 01/12/2022 21h34
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Imagem: Polvo nadando no mar azul. Créditos: Khalil Ahmed/Shutterstock
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Já não restam dúvidas para os cientistas de que os polvos são animais muito inteligentes. Além da semelhança entre o cérebro desses bichos e o cérebro humano, estudos já provaram que há genes compartilhados entre os dois grupos de animais. Para verificar até onde a capacidade cognitiva dos polvos vai, um novo estudo analisou como um teste criado para crianças foi resolvido por esses bichos.

Desenvolvido por cientistas da Universidade de Stanford, o teste do marshmallow funciona da seguinte forma: uma criança é colocada em uma sala com um marshmallow e é informada de que, se conseguir não comer o marshmallow por 15 minutos, receberá um segundo marshmallow e poderá comer os dois.

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Cumprir essa tarefa de “adiar” a gratificação demonstra habilidades cognitivas ligadas ao planejamento futuro e é utilizada para estudar como a cognição humana se desenvolve. Durante o experimento com os cefalópodes, os cientistas utilizaram a carne de caranguejo e o camarão como atrativos. Eles mostraram que se os polvos não consumissem a carne de caranguejo pela manhã, poderiam consumir camarão no jantar -uma refeição que os agrada muito mais.

Para concretizar o experimento a equipe precisou projetar um outro teste. Nele, os animais foram colocados em um tanque especial com duas câmaras fechadas que tinham portas transparentes. Para a surpresa dos pesquisadores, todos os participantes do estudo decidiram esperar para comer seu alimento favorito (camarões vivos).

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Imagem: Polvo nadando no mar azul. Créditos: Khalil Ahmed/Shutterstock

Planejamento futuro dos polvos

Outro ponto do teste consistiu em verificar a capacidade visual dos animais. Para isso, eles foram apresentados a duas pistas visuais diferentes. Nessa condição, caso os polvos fizessem a escolha “correta”, eles seriam recompensados ​​com um lanche. Aqueles que conseguiram se adaptar a esse mudança também conseguiram esperar mais tempo pela recompensa do camarão.

A ideia por trás desse estudo foi mostrar a habilidade dos polvos. A expectativa é de que os cientistas consigam determinar se de fato os polvos podem fazer planejamentos a longo prazo, assim como seres humanos. Se essa é mais uma similaridade compartilhada entre as espécies.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.