Veja o “coração exposto” de uma galáxia a 45 milhões de anos-luz da Terra

A imagem captada por ERIS mostra o anel interno da galáxia, permeado de pontos brilhantes que representam estrelas recém-formadas
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 06/12/2022 19h20, atualizada em 08/12/2022 19h30
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O instrumento Enhanced Resolution Imager and Spectrograph (ERIS), adicionado ao Very Large Telescope (VLT), no Chile, permitiu a captação de uma imagem incrível e detalhada do “coração exposto” da galáxia NGC 1097, localizada a 45 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Fornax.

O dispositivo ERIS ficará em operação por pelo menos 10 anos e examinará o universo em infravermelho para estudar objetos do Sistema Solar, exoplanetas e até galáxias distantes como a própria NGC 1097.

A imagem captada mostra o anel interno empoeirado da galáxia, permeado de pontos brilhantes que indicam os aglomerados de estrelas recém-formadas, geralmente vistas em berçários estelares. No coração do anel está o coração ativo da galáxia, inclusive um buraco negro supermassivo que produz explosões brilhantes de radiação.

Leia mais:

O mais impressionante é a incrível resolução de ERIS, montado no Telescópio Principal 4 do VLT. No sistema do telescópio também há o imageador infravermelho de última geração, o Near Infrared Camera System (NIX), que capturou a imagem. O NIX bloqueia a luz das estrelas e permite que os astrônomos vejam objetos com brilho mais fraco nas proximidades. Um efeito semelhante pode ser observado naturalmente durante eclipses solares totais.

Além disso, há um espectrógrafo 3D acoplado ao NIX, conhecido como SPIFFIER, que coleta o espectro de luz de cada pixel com o campo de visão do telescópio. Esse instrumento permitirá que os astrônomos observem a dinâmica de galáxias distantes em grande detalhe e identifiquem a rapidez com que as estrelas orbitam Sagitário A*, o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea.

instrumento-galaxia-vlt
Imagem: Visão detalhada do anel interno da galáxia NGC 1097 capturada pelo novo instrumento ERIS do VLT. Créditos: Equipe do ESO/ERIS

Visualização da galáxia

De acordo com um comunicado do astrônomo Ric Davies, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, “o ERIS dá nova vida à capacidade fundamental de imagem e espectroscopia de óptica adaptativa do VLT”. Ele complementa ao dizer que “graças aos esforços de todos os envolvidos no projeto ao longo dos anos, muitos projetos científicos agora podem se beneficiar da resolução requintada e da sensibilidade que o instrumento pode alcançar”.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.