Paleontólogos finalmente encontraram uma espécie de dinossauro adaptado às condições aquáticas, ou seja, capaz de nadar e mergulhar. O animal, de cerca de um metro de comprimento, vivia na Mongólia pré-histórica há cerca de 71 milhões de anos e tinha uma aparência muito diferente daquela de seu parente, o Velociraptor. A mandíbula do nadador é longa e cheia de dentes minúsculos.

Essa característica rendeu ao dinossauro o nome de Natovenator polydontus, o “caçador de natação de muitos dentes”. Os ossos dessa nova espécie foram encontrados no deserto de Gobi, local amplamente conhecido por preservar várias espécies de dinossauros e outras formas de vida antiga.

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De acordo com o paleontólogo da Universidade Nacional de Seul, Sungjin Lee, “percebemos que era algo especial, porque [a ossada] estava lindamente preservada com um crânio agradável e um pescoço extremamente longo”. Conforme, os especialistas analisavam o fóssil, a estrutura parecia parecia compartilhar algumas características com outra espécie, o Halszkaraptor, que foi inicialmente interpretada como um dinossauro nadador.

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Essa semelhança aumentou ainda mais a cautela no exame do Natovenator. Foi assim que os pesquisadores determinaram que se tratava de um dinossauro nadador. O próximo passo será compreender como era a aparência física e o comportamento de um animal nessas condições. Segundo o paleontólogo do Museu de Ciências Naturais da Argentina, Federico Agnolin, que não está envolvido no estudo, “apesar das evidências que não são totalmente conclusivas, acho que alguns detalhes anatômicos do Natovenator são bons indicadores de que o animal provavelmente era aquático”.

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Imagem: Um elasmosaurus nadando no fundo do mar. Créditos: Daniel Eskridge/Shutterstock

As costelas dos dinossauros são parecidas com as dos pinguins

A mandíbula longa e muitos dentes minúsculos podem ser uma adaptação para consumir presas pequenas, escorregadias ou contorcidas da água, além disso, as costelas preservadas de Natovenator são orientadas para trás, de forma semelhante à dos pinguins e auks, o que provavelmente permitiu que ele nadasse melhor. Essa configuração não foi vista em nenhum outro dinossauro.

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Alguns dinossauros, como o grande Espinossauro, nadavam eventualmente. O Espinossauro tinha ossos densos e suas mandíbulas eram semelhantes a dos crocodilos, o que pode sugerir uma busca por alimentos dentro da água. Porém, o Natovenator aparenta ter adaptações específicas relacionadas ao movimento através da água.

Os pesquisadores acreditam que o Natovenator nadava com seus membros anteriores em uma versão primitiva do que animais, como os pinguins, fazem. Estudos biomecânicos futuros certamente analisarão essa questão. Resta esperar novos resultados sobre o tema e, quem sabe, o aparecimento de novas espécies.

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