Ex-funcionário do Twitter é condenado por espionagem de dados

Ahmad Abouammo foi funcionário da plataforma entre 2013 e 2015 e chegou a ser acusado de fraude e lavagem de dinheiro em 2019
Por Luann Motta Carvalho, editado por Lyncon Pradella 15/12/2022 15h15
shutterstock_1543070222
(Imagem: Ascannio/ Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Ahmad Abouammo, ex-funcionário do Twitter, foi condenado a três anos e meio de prisão nos EUA, acusado de práticas de espionagem para a Arábia Saudita. Ele trabalhou como gerente de parcerias de mídia na plataforma entre 2013 e 2015.

As informações foram compartilhadas em matérias da Reuters e NBC News. Durante o período que esteve empregado no Twitter, Abouammo teria utilizado o cargo no Oriente Médio e Norte da África para acessar informações pessoais de usuários críticos ao governo da Arábia Saudita e as repassava para as autoridades do país.

Leia também!

Segundo a Reuters, Abouammo chegou a receber um relógio de US$ 42 mil como presente de uma autoridade saudita, além de duas transferências eletrônicas de US$ 100 mil. Em troca, o ex-gerente do Twitter procurou dados de dois usuários, incluindo números de telefone e datas de nascimento.

Após deixar o Twitter em 2015, Abouammo tentou influenciar a plataforma para verificar contas sauditas e remover postagens que estavam sendo destacadas pelo governo do país. Essa informação foi divulgada em depoimento de um agente do FBI.

Imagem: Reprodução/Shutterstock
Imagem: Reprodução/Shutterstock

Abouammo foi acusado pela primeira vez em 2019 e condenado em agosto deste ano por acusações que incluem fraude, lavagem de dinheiro e falsificação de registros, bem como atuar como agente de um governo fora dos EUA. Um outro ex-funcionário do Twitter, Ali Alzabarah, também foi acusado de acessar dados para a Arábia Saudita, mas antes de ser indiciado, ele deixou o país estadunidense.

Postar conteúdo antigovernamental nas redes sociais é proibido na Arábia Saudita e os usuários podem sofrer duras penalidades por isso. No início deste ano, um cidadão saudita foi condenado a 34 anos de prisão por realizar tuítes contra o governo.

Enquanto isso, algumas empresas sauditas, como a Kingdom Holding Company, afirmam ser o segundo maior investidor no Twitter depois da aquisição da empresa por Elon Musk. O governo estadunidense está investigando os parceiros de investimento estrangeiro de Musk por preocupações envolvendo dados privados de usuários na rede social.

Informações via The Verge

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Luann Motta Carvalho é estudante de Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense e atua profissionalmente na área desde 2020. Atualmente é redator da editoria de Internet e Redes Sociais.

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.