Ahmad Abouammo, ex-funcionário do Twitter, foi condenado a três anos e meio de prisão nos EUA, acusado de práticas de espionagem para a Arábia Saudita. Ele trabalhou como gerente de parcerias de mídia na plataforma entre 2013 e 2015.

As informações foram compartilhadas em matérias da Reuters e NBC News. Durante o período que esteve empregado no Twitter, Abouammo teria utilizado o cargo no Oriente Médio e Norte da África para acessar informações pessoais de usuários críticos ao governo da Arábia Saudita e as repassava para as autoridades do país.

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Segundo a Reuters, Abouammo chegou a receber um relógio de US$ 42 mil como presente de uma autoridade saudita, além de duas transferências eletrônicas de US$ 100 mil. Em troca, o ex-gerente do Twitter procurou dados de dois usuários, incluindo números de telefone e datas de nascimento.

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Após deixar o Twitter em 2015, Abouammo tentou influenciar a plataforma para verificar contas sauditas e remover postagens que estavam sendo destacadas pelo governo do país. Essa informação foi divulgada em depoimento de um agente do FBI.

Imagem: Reprodução/Shutterstock
Imagem: Reprodução/Shutterstock

Abouammo foi acusado pela primeira vez em 2019 e condenado em agosto deste ano por acusações que incluem fraude, lavagem de dinheiro e falsificação de registros, bem como atuar como agente de um governo fora dos EUA. Um outro ex-funcionário do Twitter, Ali Alzabarah, também foi acusado de acessar dados para a Arábia Saudita, mas antes de ser indiciado, ele deixou o país estadunidense.

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Postar conteúdo antigovernamental nas redes sociais é proibido na Arábia Saudita e os usuários podem sofrer duras penalidades por isso. No início deste ano, um cidadão saudita foi condenado a 34 anos de prisão por realizar tuítes contra o governo.

Enquanto isso, algumas empresas sauditas, como a Kingdom Holding Company, afirmam ser o segundo maior investidor no Twitter depois da aquisição da empresa por Elon Musk. O governo estadunidense está investigando os parceiros de investimento estrangeiro de Musk por preocupações envolvendo dados privados de usuários na rede social.

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Informações via The Verge

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