O Instituto Butantan entregou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na quarta-feira (14), dados preliminares sobre o desenvolvimento da vacina contra a dengue, que vem sendo produzida pelo laboratório há mais de dez anos. Contudo, apesar da reunião para apresentação dos resultados, a previsão é que as análises sejam concluídas e submetidas à reguladora apenas em meados de 2024.
Segundo nota da Anvisa, atualmente, o imunizante está em fase III de pesquisa clínica, uma etapa essencial para definir de forma científica o perfil de segurança e eficácia de uma vacina. Novos dados e informações complementares deverão ser apresentados ao órgão em breve.
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De acordo com informações do O GLOBO, o estudo conta com 17 mil voluntários de diferentes idades, inclusive crianças. Resultados das fases anteriores, publicados em março deste ano, mostraram que a vacina induziu a produção de anticorpos em 100% dos indivíduos.
Por que a vacina da dengue está demorando tanto?
Há dois fatores para a demora no desenvolvimento da vacina da dengue, um é a difícil tarefa de prevenir a contaminação por quatro sorotipos diferentes, DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O outro é calcular uma combinação que consiga proteger tanto os que já tiveram dengue quanto os que nunca se contaminaram com a doença.
Vale lembrar que já existe uma vacina contra o vírus. Fabricada pela farmacêutica Sanofi e licenciada no Brasil em 2015, a Dengvaxia, nome comercial, protege contra os quatro sorotipos vivos do vírus da dengue, no entanto, só pode ser aplicada em quem já foi exposto ao vírus. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), podem tomar a vacina crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos. Ela está disponível apenas na rede privada.
Brasil teve o maior número de óbitos por dengue em 2022
Em contrapartida, conforme o mais recente boletim epidemiológico de arboviroses do Ministério da Saúde, desde o início de 2022 até a primeira semana de dezembro, o Brasil registrou 978 mortes por dengue, maior marca desde 2015, com 986 óbitos.
No último ano antes da pandemia de Covid-19 (2019), 840 vidas foram perdidas por conta da doença. Em 2020, foram 574 e, em 2021, 244.
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