Ahmad Abouammo, ex-funcionário do Twitter, foi condenado na última quarta-feira (14) a 3,5 anos de prisão pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por ter transmitido informações confidenciais de usuários para Arábia Saudita.

Em agosto, o departamento norte-americano, considerou que Abouammo, atualmente residente de Seattle, atuou como um agente estrangeiro, realizando práticas de conspiração, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro internacional e falsificação de registros.

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“O Sr. Abouammo violou a confiança depositada nele para proteger a privacidade dos indivíduos ao fornecer suas informações pessoais a uma potência estrangeira com fins lucrativos”, disse Matthew G. Olsen, procurador-geral da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça em comunicado.

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Abouammo trabalhou no Twitter de 2013 a 2015 como gerente de parcerias de mídia para a região do Oriente Médio e Norte da África. As evidências encontradas durante a investigação mostram que o agente estrangeiro começou a receber subornos do Reino da Arábia Saudita em dezembro de 2014. A investigação alega que ele se encontrou com outro agente estrangeiro que ofereceu um relógio luxuoso da Hublot.

Após esse encontro, Abouammo começou a acessar informações privadas sobre diversas contas do Twitter. A investigação ainda revelou que o agente estrangeiro viajou para o Líbano em fevereiro de 2015 e uma conta bancária foi aberta em do seu pai. Essa conta recebeu US$100.000 e mais US$100.000 após Abouammo ter saído do Twitter.

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“Este caso revelou que governos estrangeiros, aqui, o Reino da Arábia Saudita (KSA) irão subornar pessoas de dentro para obter as informações do usuário que são coletadas e armazenadas por nossas empresas de mídia social do Vale do Silício”, disse a procuradora Stephanie M. Hinds.

“Ao proferir a sentença de hoje, o Tribunal enfatizou que o réu compartilhou as informações do usuário com um governo estrangeiro conhecido por não tolerar dissidentes, e ele o fez enquanto trabalhava com seu co-réu ainda mais culpado que fugiu para o KSA em vez de enfrentar o julgamento. Esta sentença envia uma mensagem aos insiders com acesso às informações do usuário para protegê-las, principalmente de regimes repressivos, ou arriscar um tempo significativo na prisão”, finaliza.

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