Você se lembra do filme, O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball, 2011), baseado no livro The Art of Winning an Unfair Game, estrelado por Brad Pitt e mostrava como a cultura analítica baseado em dados mudou a maneira como o time do Oakland Athletics ganhou a temporada de 2002. Pois bem, estamos diante de uma tecnologia que mudou a Copa do Mundo pra sempre. Entenda as previsões tecnológicas para 2023 e como a tecnologia conectou a Al Rihla Official a um novo jogo.

A mais impactante das mudanças no futebol aconteceu na Copa do Mundo FIFA Catar 2022.

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As bolas tiveram um sensor que coletava dados de posicionamento espacial em tempo real – a primeira Copa do Mundo a empregar esse mecanismo de telemetria de bola. Um senso de justiça com precisão indiscutível. A Bola que não saiu completamente no gol do Japão sobre a Espanha na vitória por 2 a 1, de virada, que classificou os asiáticos às oitavas de final da Copa do Mundo. A FIFA usou as redes sociais para divulgar o vídeo, mostrando a posição da bola na linha de fundo sobre a ótima e comentários da imprensa. E imagens da telemetria, provando que a bola não havia saído em sua totalidade.

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Imagem: Reprodução

Foram anos de pesquisa e testes para chegar até aqui – esse sensor de bola em particular estava em desenvolvimento e testes por seis anos antes de receber a certificação FIFA completa – mas eventos como esse podem rapidamente catapultar a tecnologia emergente aos olhos do público por meio de aplicativos que vão muito além da arbitragem.

E os ganhos vão muito além da precisão. Com os dados capturados serão analisados uma serie de outros fatores. A aplicação dessa tecnologia está sendo chamada de programa de “impedimento semi-automático”, que terá uma inteligência artificial que vai aprender e se desvolver com o pressagio para o futuro da analise, engajamento de torcedores e dados dos times no esporte mais popular do mundo.

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A responsável pela construção da tecnologia foi a empresa alemã, Kinexon, um importante player no mundo do rastreamento de desempenhos em vários esportes. Eles conseguiram construir um dispositivo que pesa apenas 14 gramas. São dois sensores separados operando simultaneamente.

  • Sensor de banda ultralarga (UWB): um tipo de tecnologia superior ao GPS ou Bluetooth para dados posicionais precisos, além de poder transmitir dados em tempo real para rastrear constantemente a posição da bola.
  • Sensor de unidade de medição inercial (IMU): Um sensor destinado a detectar movimentos sutis de um objeto no espaço.

Enquanto a banda ultralarga ajuda a apontar a posição de um objeto, a IMU dá o movimento granular em três dimensões. Tudo isso acompanhado em tempo real numa sala com vários monitores.

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Portanto, sempre que a bola é chutada, cabeceada, lançada ou até mesmo tocada, o sistema a capta a 500 quadros por segundo. Os dados são enviados em tempo real de sensores para um sistema de posicionamento local (LPS), que envolve uma configuração de antenas de rede instaladas ao redor do campo de jogo que recebem e armazenam os dados para uso imediato. Quando uma bola voa para fora de campo durante o jogo e uma nova bola é lançada ou chutada para substituí-la, o sistema de back-end muda automaticamente para a entrada de dados da nova bola sem a necessidade de intervenção humana.

O dispositivo foi homologado para as bolas da Adidas que projetaram um alongamento seguro no ponto interno central da bola. O campo de futebol tem o mesmo sistema utilizado no tênis, o famoso Hawk-Eye e doze câmeras rastreando a bola em si e cada jogador 50 vezes por segundo.

Tanto os dados da Kinexon quanto os sistemas da Hawk-Eye são executados por meio de um software de inteligência artificial programado para gerar alertas de impedimento automatizados para os árbitros na sala de vídeo da partida. Em vez de vasculhar manualmente as jogadas, um processo demorado, os programas de IA geram automaticamente alertas que podem ser confirmados pelos árbitros da partida de vídeo.

O software também gera renderizações 3D dos dados espaciais, que serão sobrepostos nas transmissões de TV e nos monitores do estádio para dar aos fãs uma visão direta de como cada chamada revisada foi decidida.

Esta é a ponta do iceberg tecnológico

A Copa do Mundo de 2022 está apenas arranhando a superfície das capacidades potenciais desse tipo de tecnologia – que vão muito além da arbitragem. O que vamos presenciar é o uso das informações em tempo real para contar novas histórias. Os fãs do futebol vão ter novas maneiras de aproveitar o jogo com base na tecnologia avançada. Vamos ver transmissões com mais gráficos e transmissões “courtvision”, capaz de exibir informações de rastreamento durante o jogo e chegando até os dispositivos mobiles. Estima-se que a audiência dessa edição da Copa tenha sido de 5 bilhões de pessoas através predominante dos canais abertos de televisão. Mas já com abre novos caminhos de transmissão através da internet e juntas somam US$ 500 bilhões. Isso é o reflexo da transformação digital. E isso irá acontecer e potencializar todos os esportes. Vamos ver novas construções de redes neurais capaz de criar automaticamente fluxo de vídeos que vão evidenciar jogadas importantes e mudar o valor percebido de jogadores e treinadores. E vão passar a usar sensores IoT e analise em tempo real para novas táticas e tomadas de decisão.

O mundo dos esportes está atualmente à beira da maior revolução que já viu, e as tecnologias de nuvem estão no centro dessa mudança.

Eu volto em breve pra contar pra vocês o que mais tende a acontecer.

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